São Paulo, domingo, 13 de julho de 1997 |
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Projeto concilia pesquisa e ação
IGOR GIELOW
Orçado inicialmente em US$ 120 milhões, o projeto prevê a construção de um parque tecnológico de indústrias de química fina e produtos farmacêuticos dentro do Distrito Industrial de Manaus. Ainda está no papel. O parque contaria com os incentivos fiscais e terrenos da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) para funcionar. "Nós já temos o centro de pesquisa pura, que é o Inpa. Agora, precisamos de um centro de pesquisa aplicada, ou seja, que dê capacitação técnica para patentearmos substâncias sintetizadas a partir de elementos de nossa flora e fauna", diz Ilmar Bittencourt, da Suframa. Isso não significa concorrer com laboratórios estrangeiros. "É bobagem. Um grande laboratório tem mais PhDs (doutores) que todo o Inpa", diz Bittencourt. Sua opinião é compartilhada pelo diretor do Inpa, Ozório Fonseca. O centro seria, segundo as discussões até agora, uma base para garantir ao país o conhecimento sobre o que é possível fazer com suas potencialidades biológicas. A partir daí fica mais possível ver cumprida a Convenção da Biodiversidade, assinada por 144 países na Eco-92, que prevê pagamento de royalties para países possuidores de patentes biológicas. E também se evitam retaliações internacionais devido a uma nova reserva de mercado, fora os danos à imagem externa do Brasil, na opinião da equipe que elabora o projeto. Para Ozório Fonseca, a capacitação tecnológica é a única saída para garantir a permanência desse patrimônio no Brasil. "É irreal pensar que fechar as portas resolve o problema", afirma o diretor do Inpa. A proposta, do Ministério do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Amazônia Legal, foi apresentada à Suframa no mês passado. Ela deve ser discutida no nível ministerial novamente em setembro, quando pode ganhar um calendário de implantação, se for aprovada. A área de fármacos, substâncias que dão origem a remédios, seria a principal no novo pólo. Para a Suframa, o negócio é bom no longo prazo -a partir de 2013, o órgão perde sua função de distribuidor de incentivos fiscais e vai ter que achar novas vocações para sobreviver. (IG) Texto Anterior: É fácil entrar e sair da floresta Índice |
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