São Paulo, domingo, 13 de julho de 1997 |
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Telegoiás induziu assinante a vender ações
LUCAS FIGUEIREDO
Na operação, feita pela Telegoiás, 32.851 compradores de telefone cederam suas ações por R$ 425 ao banco indicado pela empresa, o Sul América. As ações valiam cerca de R$ 637 na época, segundo a empresa. Na quarta-feira passada, estavam cotadas a R$ 2.373, de acordo com a Telebrás. A operação Em 95, a Telegoiás lançou um plano de compra de telefones no qual os clientes tinham opção de repassar ao banco Sul América as ações a que teriam direito, recebendo um abatimento de R$ 425 no preço da linha, que custava na época R$ 1.020. O manual de instruções da operação, obtido pela Folha, não informou aos interessados que a oferta pelo lote de ações (2.863 ordinárias, com direito a voto, e 10,68 mil preferenciais, sem direito a voto) estava 33% abaixo do preço pago pelo mercado. Também não comunicou que os papéis da Telebrás deveriam subir de preço à medida que as privatizações no setor fossem sendo encaminhadas, conforme se verifica atualmente. O funcionamento da transação é explicado na cláusula nº 7 do manual de instruções, cujo título é "Modalidade de aquisição de telefones com a venda dos direitos às ações". "O interessado que desejar vender os direitos às ações correspondentes aos telefones terá que optar por um dos planos de pagamento do banco Sul América. O banco pagará pelos direitos às ações a importância de R$ 425, que será creditada diretamente à Telegoiás", diz o manual. Os clientes que optaram por ficar com as ações e quitaram as prestações da linha em 95 receberam os papéis em julho de 96. As linhas seriam instaladas neste ano. A assessoria de imprensa da Telebahia informou que a empresa também chegou a estudar a implantação dessa modalidade de venda de telefones, mas acabou desistindo por recomendação do setor jurídico da empresa. Na semana passada, o ministro Sérgio Motta (Comunicações) classificou de "especuladores" os que compram ações da Telebrás pertencentes aos proprietários de linhas telefônicas. A existência desses "especuladores" de ações é utilizada pelo ministro para justificar a decisão da Telebrás de devolver em dinheiro -e não em ações, conforme estabelecido em contrato- o valor pago pelos compradores de linhas telefônicas em 96. A Telebrás quer devolver aos compradores de linhas telefônicas pagas em 96 o mesmo valor desembolsado na época: R$ 1.117,63. Por contrato, a Telebrás deveria fazer a devolução em forma de ações, cuja tendência é de alta. Em alguns casos, as ações a que têm direito os compradores correspondem ao valor de R$ 2.400. Texto Anterior: Parcelas têm valor mínimo de R$ 200 Próximo Texto: Especulador era alvo, diz estatal Índice |
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