São Paulo, domingo, 13 de julho de 1997
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Veja como será o Mercedes brasileiro

HENRIQUE SKUJIS
ENVIADO ESPECIAL À BÉLGICA

Fugindo de sua característica de competir nos mercados com carros grandes de luxo, a Mercedes-Benz apresentou na semana passada seu primeiro compacto, o Classe A.
É o menor carro já produzido pela marca alemã e, quando começar a ser fabricado em Juiz de Fora (MG), no fim de 1998, será o menor carro brasileiro em produção, com 3,57 m de comprimento. O Ford Ka tem 3,62 m; o Fiat Uno, 3,64 m.
Se é pequeno no tamanho, o Classe A mantém a tradição da marca em todos os outros quesitos. É luxuoso, tem acabamento de primeira, segurança, bom desempenho e ótima dirigibilidade.
A grande dúvida em relação ao futuro Mercedes brasileiro é o preço. A previsão inicial é pouco precisa: varia entre US$ 17 mil e US$ 30 mil. O valor mais cogitado é US$ 25 mil (leia texto à pág. 6-2).
Espaço
O que mais deve interessar ao potencial comprador do Classe A, além do preço, é o espaço interno para motorista e passageiros.
Mesmo com um comprimento minúsculo, o mini-Mercedes não decepciona nesse ponto. É apertado, mas supera os carros pequenos nacionais, de maior comprimento, como o Corsa e o Fiesta.
Além disso, para aproveitar qualquer centímetro, a Mercedes criou soluções que "aumentam" o tamanho do carro, como porta-objetos sob os bancos dianteiros e possibilidade de retirar o banco dianteiro do passageiro ou mesmo uma das partes do banco traseiro, que é bipartido.
O porta-malas do Classe A, segundo a Mercedes, tem capacidade mínima de 390 litros, contra 280 litros do Palio e 186 do Ka.
O sistema "sanduíche", que coloca componentes mecânicos e elétricos entre o chassi e o piso do carro, elevou em cerca de 20 cm a altura do banco do motorista. Os ocupantes sentam em uma posição elevada, "escapando" da área de impacto em colisões laterais.
Além disso, o Classe A é mais alto e mais largo que a maioria dos carros da categoria. Dessa maneira, o carro lembra uma pequena minivan, com ótima visibilidade.
O mesmo não se pode dizer da visibilidade traseira. O vidro, além de pequeno, é colocado numa posição elevada, reduzindo o campo de visão. Os três apoios traseiros para cabeça, que podem ser retirados, também tapam a visão.
Na Europa, o Classe A terá três opções de motor: 1.4 e 1.6 a gasolina e 1.7 a diesel.
A versão inicial escolhida para o Classe A brasileiro foi a 1.6 de oito válvulas e 103 cavalos -potência equivalente à dos motores 1.6 de 16 válvulas dos nacionais. Durante a avaliação do carro, o motor ofereceu uma condução bastante agradável, sem, no entanto, empolgar pela potência ou pela força.
A favor da dirigibilidade, o Classe A conta um câmbio preciso e de engates curtos e bem escalonados. Assim como o motor, o câmbio será importado da Alemanha.
O Classe A oferece ainda a opção de câmbio sem embreagem. Nesse sistema, as trocas de marchas são feitas por meio da alavanca e tirando-se o pé do acelerador. No entanto não há pedal de embreagem.
Em 99, o Classe A terá, na Europa, câmbio automático.

LEIA MAIS sobre o Classe A às págs. 6-2 e 6-16

O repórter Henrique Skujis viajou a convite da Mercedes-Benz

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