São Paulo, domingo, 13 de julho de 1997
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'Detalhes' interferem no valor do usado

DA REPORTAGEM LOCAL

Alguns equipamentos, acessórios e detalhes de acabamento podem influir diretamente na aceitação e no preço de um carro usado.
Um exemplo bem atual são os carros equipados com quatro portas, mais procurados e valorizados no mercado de usados.
"Um carro de duas portas, mesmo que em bom estado de conservação e com preço menor, pode até encalhar na loja", diz Heitor Sola, gerente de usados da concessionária Sopave (VW).
O gerente cita o exemplo de dois modelos Monza GLS 95. Segundo Sola, mesmo custando R$ 1.000 a mais, o carro quatro portas foi negociado rapidamente.
"Hoje em dia, cerca de 90% dos carros vendidos no mercado contam com quatro portas", estima Avelino Augusto Teixeira, dono da loja Avelino's Car.
Segundo Teixeira, acessórios como direção hidráulica, ar-condicionado e bancos de couro (em carros luxuosos) também ajudam a melhorar a aceitação.
"Instalei bancos de couro em um Vectra CD seminovo, para poder vendê-lo a um cliente que procurava um modelo com esse acessório. Gastei R$ 1.200, mas fiz um bom negócio", afirma Teixeira, que lucrou com a mudança do estofamento.
Outro revendedor que "mexeu" em um usado foi Cezar Batista, da Green Car.
"Instalei uma direção hidráulica em um Santana CL 1.8 92, que oferecia sem sucesso por R$ 9.000. Com o item colocado, vendi o modelo em seguida por R$ 11,5 mil."
Já os itens que podem desvalorizar um carro, ou dificultar sua revenda, segundo os revendedores consultados, são rodas de liga leve, teto solar e turbocompressor (desde que não sejam itens originais de fábrica).
"Carro muito equipado não é visto com bons olhos pela maioria dos consumidores", diz Batista.
Marcos Gomes de Souza, da MR Automóveis, reforça a tese. "Quanto mais original, melhor a aceitação de um carro usado. Os gostos dos consumidores são muito diferentes."
Segundo Souza, aparelhagem de som é um item que pouco influi na hora da revenda do carro.
"Prefiro até que o ex-proprietário retire o equipamento. Ninguém quer pagar o valor real dos acessórios."

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