São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 1997
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Piloto de MG tinha habilitação vencida

DA SUCURSAL DO RIO; DA AGÊNCIA FOLHA

O piloto do avião que caiu em Conselheiro Lafaiete (a 96 km de Belo Horizonte/MG), Célio Rodrigues, está com a habilitação de vôo vencida há mais de um ano e foi multado pelo DAC (Departamento de Aviação Civil) duas vezes, uma delas por voar abaixo da altura permitida.
O avião monomotor pilotado por Rodrigues caiu no último domingo, deixando 8 mortos e 11 feridos. Segundo a Polícia Civil mineira, o piloto fazia vôos rasantes no momento do acidente. Célio Rodrigues fugiu.
O piloto também traz no histórico profissional outra punição por uso indevido de um equipamento de vôo. As duas punições foram transformadas em multas no valor de 1.600 Ufirs (cerca de R$ 1.450).
Segundo o DAC, Célio Rodrigues era dono do avião que caiu, um monomotor de prefixo PPDEN.
O avião também estava com a verificação anual vencida. A última inspeção foi feita há mais de um ano.
Célio Rodrigues, 44, é mineiro e obteve a habilitação de vôo em 1976. O DAC abriu inquérito administrativo contra ele por causa da falta de licença para voar.
A punição pode ir de uma multa até a cassação definitiva da habilitação.
Esse inquérito é independente das investigações sobre o acidente em Conselheiro Lafaiete.
Segundo a assessoria de imprensa do DAC, o piloto driblou a fiscalização dos aeroportos fazendo pousos em pistas pequenas.
O major José Francisco de Assis, do 3º Serac (Serviço Regional de Aviação Civil), está comandando a investigação sobre as causas do acidente em Minas Gerais.
Mulher
Rodrigues foi considerado desaparecido pela sua então mulher, Maria Madalena da Silva, em 23 de abril deste ano, conforme registro na Delegacia de Desaparecidos de Belo Horizonte.
Ela procurou a polícia para denunciar que Rodrigues estava desaparecido havia cinco dias.
Na ocorrência, a mulher disse que a empresa na qual ele trabalhava, a World Aero Táxi, de Belo Horizonte, informou que ele havia se demitido, mas que ela não acreditava nisso, pois Rodrigues não a comunicou sobre a demissão.
Madalena disse que seu marido trabalhava nos finais de semana e em feriados, mas que sempre retornava para casa, o que não aconteceu após aquele fim-de-semana.
A polícia descobriu que Rodrigues havia ido embora para Conselheiro Lafaiete sem avisar a mulher.
A Agência Folha tentou falar com Maria Madalena Silva nos últimos dois dias, mas ela disse que não queria se envolver.

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