São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 1997 |
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Maioria critica CBF, mas rejeita boicote
VALMIR STORTI
É o que mostra pesquisa do Datafolha, realizada ontem com 639 pessoas na cidade. O esvaziamento do torneio nacional foi proposto pelo presidente da Federação Paulista de Futebol. Eduardo José Farah lançou a idéia, segundo ele, com o objetivo de moralizar o esporte no país. Hoje, Farah reúne em São Paulo os presidentes dos 48 clubes do Estado de São Paulo que participam das três principais divisões do futebol Paulista. Vai sugerir a realização de um prolongado campeonato estadual, entre 24 de agosto deste ano e 17 de maio do ano que vem, e prometer alto retorno financeiro aos times que resolverem disputá-lo. Apenas 21% acham que os paulistas deveriam deixar o Brasileiro -10% não manifestaram opinião; 2% deram outras respostas. Entre os que disseram ter "muito interesse por futebol", o apoio a Farah é um pouco maior: 26%. O paulistano acredita, ainda, que o levante não será concretizado. Compõem a legião de incrédulos 63% dos entrevistados. Somente 13% apostam no boicote. Na opinião de 11%, haverá uma solução de conciliação -as equipes paulistas continuarão no Brasileiro, e a Confederação Brasileira de Futebol recuará, rebaixando Bragantino e Fluminense. A pesquisa do Datafolha também aponta que a maioria dos paulistanos (65%) acredita que o presidente da Federação Paulista se rebelou "por interesse próprio". Segundo 22%, a atitude de Farah se deu "em nome da moralidade do futebol"; 12% não têm opinião formada a respeito. A saída tampão da FPF, o Paulista esticado, também parece não ter respaldo na opinião pública. Solicitados a escolher entre qual acreditavam ser o campeonato mais importante, o Paulista ou o Brasileiro, 79% dos paulistanos cravaram que "é mais importante ser campeão brasileiro". Somente 16% consideram melhor levar o título estadual. Entre os que manifestaram "muito interesse por futebol", há ainda uma pequena oscilação a favor do Brasileiro -82%. Metodologia A pesquisa do Datafolha foi estimulada. Os entrevistados são colocados a par de determinado assunto e questionados sobre sua opinião, a qual emitem após ouvir as alternativas, que não induzem as respostas, por apresentarem todos os aspectos positivos e negativos. É aceito que o entrevistado não dê sua opinião ou que dê uma resposta fora do padrão. O universo da pesquisa é o conjunto da população acima de 16 anos da cidade de São Paulo. Devido à amostragem, a margem de erro da pesquisa é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro de um intervalo de confiança de 95%. Se fossem realizados cem levantamentos com a mesma metodologia, em 95 os resultados estariam dentro da margem de erro prevista. Texto Anterior: Maioria critica CBF, mas rejeita boicote Próximo Texto: Entenda a tese proposta Índice |
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