São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 1997
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Metrô não informa se sabia do problema

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Metrô informou ontem que as obras da extensão oeste, previstas na construção das estações Sumaré e Vila Madalena, não vão parar.
O trecho de 2,2 km, que começa na estação Clínicas da linha Paraíso-Clínicas, vai atender 100 mil pessoas e deve ficar pronto até o fim de 1998.
O Metrô não divulgou ainda quais as hipóteses para o acidente ter ocorrido.
Ontem à tarde, engenheiros de todas as áreas envolvidas na obra se reuniram no posto da companhia, instalado no bairro do Sumaré, para discutir o problema.
Segundo a assessoria de imprensa do Metrô, a obra estava no seguro e todas as famílias prejudicadas serão ressarcidas.
A assessoria disse não saber se os imóveis vizinhos da casa atingida, interditados ontem, serão condenados e demolidos.
A companhia também não confirmou se havia detectado algum tipo de problema no final da tarde, como afirmou o advogado Marcio Fernandes, uma das vítimas.
A empresa disse ainda não saber qual a função do engenheiro Luis Carlos Assis, filho de Dulce Meirelles de Assis, dona da casa que afundou.
Segundo a Folha apurou, Assis é um dos responsáveis pela obra da extensão oeste.
"Quando desabou parte da minha casa, ele veio aqui e disse que foi a chuva. Quando eu o encontrar, vou perguntar se a dele foi derrubada pelo vento", disse Marcelo Longo Ramos, 29, que perdeu parte de sua casa, também na rua Votuporanga, após um desabamento em 95 (leia texto ao lado).
"Não sei o cargo que ele ocupa, mas ele é um dos chefões lá", declarou Longo.
O assessor de imprensa do Metrô, Assis Ângelo, disse que a empresa atuou assim que percebeu o problema. "Quem não foi para a casa de parentes, está em um hotel. É um fato lamentável. Aconteceu, paciência."
"O acidente não vai prejudicar o andamento do cronograma", declarou.
A assessoria também não confirmou se os moradores receberam um aviso formal sobre o problema detectado na escavação.
(MO)

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