São Paulo, domingo, 20 de julho de 1997 |
 |
|
Texto Anterior |
Índice
Você é o famoso quem?
MARCELO MANSFIELD
Nomes artísticos são elaborados com um cuidado digno de enfermeiras de plantão -são noites e noites sem dormir pensando nos nomes de fantasia que um dia estarão na boca do povo, nas portas dos teatros e nas aberturas de programas de televisão. Quando o cinema nacional estava a mil, os nomes que viravam a cabeça do público tinham som de samba-canção: Marisa Prado, Eliane Lage, Tonia Carrero. Tinham também som de xaxado, como Vanja Orico e Araçary de Oliveira, ou ainda som de marchinha de carnaval, como Oscarito, Grande Otelo, Marion e Sonia Mamede. Outros tinham ainda som de festa junina, como Mazzaropi, Geny Prado e Ludy Veloso. Na TV, o nome artístico virou sinônimo de sucesso. A Menezes tem Glória até no nome, e Regina Duarte é a rainha da arte de fazer novelas. Nome da estrela já determina seu estilo: Virgínia Lane, Mara Rubia e Anilza Leoni só podiam ser vedetes. Geórgia Gomide e Vanda Kosmo tinham de ser vilãs. Nívea Maria, Edy Cerri e Lourdinha Félix são feitas de açúcar, enquanto Elvira Pagã só poderia mesmo usar biquíni. Alguns têm nome de restaurante, como Vitor Fasano, enquanto outros têm nome de comida: Magali Biff, Marília Pêra, Tâmara Taxman e Inalda Manga -esta última, sem dúvida, a mais bela das mulheres que já apareceram numa tela de cinema do país. Alguns nomes artísticos são impronunciáveis, como Isis Koschdoski e Sura Berditchevsky. Outros são simples e elegantes: Lisa Vieira, Joana Fomm, Vera Nunes. Isso tudo sem falar nos "one of a kind": Yoná Magalhães, Hebe Camargo, Procópio Ferreira. Muitos optam por dois nomes próprios, com bons resultados: Nancy Wanderley, Ana Rosa, Elaine Cristina, e o querido Paulo José. Politicamente corretos, muitos adotam nomes de várias nacionalidades com efeitos surpreendentes: Wilma Chandler, Walter e Adriano Stuart, Tony Ramos, Tania Scher e até mesmo eu, é claro! Santoro é sobrenome de artista de talento. Veja os filmes de Fada nos anos 50 e o trabalho de Rodrigo nos anos 90. Para fechar, vamos convir que, em plena "saison" de chupa-cabras, uma comediante chamada Márcia Cabrita é de morrer de rir. Daqui a pouco, vai aparecer uma Patrícia Piranha ou um galã de nome Brad Bitch. Texto Anterior: Multishow acompanha festival de dança Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |