São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 1997
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Estado tem onda de crimes e rebelião

RUBENS VALENTE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Uma onda de violência em Campo Grande (MS), com 12 assassinatos e um assalto com sequestro, marcou o primeiro final de semana da greve da Polícia Militar deflagrada na última sexta-feira em todo o Estado.
Foi um dos fins-de-semana mais violentos do ano na cidade. O comandante-geral da PM, coronel Francisco Libório Silveira, 46, disse ontem que o número de homicídios oscila de três a cinco nos sábados e domingos.
O comandante da PM e o presidente da Associação de Cabos e Soldados, José Florêncio de Melo Irmão, 35, atribuem o aumento da violência à greve dos PMs.
No final da tarde, começou uma rebelião no Instituto Penal, em Campo Grande. Havia pelo menos um refém confirmado às 19h. O Exército iria para o local para tentar controlar a rebelião.
A Polícia Civil aderiu à paralisação e a delegacia plantonista funcionou apenas com um agente e um escrivão para atender casos mais graves.
No interior do Estado, o Exército assumiu a segurança externa de pelo menos três cadeias, depois que ocorreram fugas de 12 presos e três rebeliões no primeiro dia da greve dos policiais.
Na capital, o Exército mantém segurança apenas na Governadoria, sede do governo estadual. Segundo a seção de Relações Públicas do Comando Militar d'Oeste, o Exército pode ocupar outros pontos "desde que seja necessário".
Para hoje, a Associação de Cabos e Soldados e a Associação dos Subtenentes e Sargentos programaram a maior manifestação desde o início da paralisação, um ato público na praça Ary Coelho, centro da capital. São esperados 2.000 policiais, metade do interior.
As entidades alteraram a programação e os PMs não vão mais marchar para a Governadoria. "Queremos evitar confronto com o Exército", disse o soldado Melo.
Os PMs deverão caminhar até o comando da corporação, que fica a cerca de 500 metros da Governadoria. Nenhum dos sete homicídios teve autoria identificada.

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