São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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Inspetor de preços sofre atentado em SP

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O inspetor regional da Secretaria de Direito Econômico em São Paulo, Paulo Cremonesi, 34, teve sua casa atacada por dois homens armados na madrugada de ontem.
Os homens vestiam blazer preto e foram descobertos por três guardas-noturnos quando se preparavam para atirar na direção da janela do quarto onde Paulo Cremonesi dormia. Na fuga, eles dispararam pelo menos 12 tiros na direção dos guardas-noturnos, mas nenhum deles foi atingido.
O caso aconteceu por volta das 3h de ontem, na rua José de Moura Rezende, Butantã (zona sudoeste de São Paulo).
A polícia suspeita de atentado, mas não descarta a possibilidade de assalto. Cremonesi também acredita que houve atentado.
Cremonesi ocupa há 22 meses o cargo de inspetor regional da Secretaria de Direito Econômico, órgão do Ministério da Justiça. Sua função é denunciar, fiscalizar e multar empresas que estejam agindo de maneira supostamente prejudicial ao consumidor.
Com isso, ele criou inimizade com várias empresas.
Guarda-noturno
Segundo a polícia, o guarda-noturno João Alves da Mota, 36, viu dois homens armados rondando a casa de Cremonesi, por volta das 2h45. Preocupado, ele chamou dois colegas que trabalham em ruas próximas.
Quinze minutos depois, os homens foram vistos em cima do telhado da garagem da casa, apontando suas armas para a janela do quarto de Cremonesi.
Nesse momento, os três guardas-noturnos começaram a apitar. Os dois homens teriam descido do telhado e disparado seis tiros na direção dos guardas-noturnos. Um terceiro homem armado, que estaria dando cobertura em frente à casa, também teria atirado.
Em seguida, um Mercedes-Benz vermelho parou em frente à casa e pegou os três homens. Na fuga, eles ainda teriam disparado outros seis tiros em direção aos vigias.
Dois tiros acertaram o pára-choque dianteiro do Alfa-Romeo de Cremonesi. Outros dois disparos atingiram o muro da casa.

Atentado
Paulo Cremonesi acredita ter sido vítima de um atentado. Ele vinha recebendo ameaças de morte por telefone há mais de um ano. Por isso, ele andava protegido por um segurança.
Há três meses, quando as ameaças de morte aumentaram, ele passou a usar colete à prova de balas.
"Tenho experiência como criminalista e acho improvável um assalto cometido por homens de blazer utilizando um carro Mercedes-Benz", afirmou.
Segundo ele, as ameaças aumentam toda vez que divulga uma nova ação da secretaria.
Cremonesi acha que os homens que atacaram sua casa conheciam seus hábitos, pois chegaram dez minutos após seu segurança particular ter ido embora.

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