São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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Torre insegura pode fechar Viracopos

MARCELO BARTOLOMEI
DA FOLHA CAMPINAS

A DRT (Delegacia Regional do Trabalho) de Campinas ameaça interditar o Aeroporto Internacional de Viracopos alegando falta de segurança na torre de controle, que funciona provisoriamente sobre uma estrutura metálica.
A torre de controle é o setor responsável pela organização e fiscalização de pousos e decolagens de aviões na pista. Sem ela, o aeroporto não pode operar.
A falta de segurança na estrutura foi apontada por um laudo técnico emitido pelo Sina (Sindicato Nacional dos Aeroportuários), que afirma temer por funcionários e passageiros, justificando o pedido de interdição.
O diretor de finanças do Sina, José Gomes de Alencar Sobrinho, 31, disse ter recebido reclamações dos próprios funcionários da Infraero.
"Há uma torre de controle que foi desativada e está em perfeitas condições para operar, mas eles alegam falta de visibilidade e colocaram os funcionários em uma torre que balança quando sofre um vento mais forte que o normal", disse.
Segundo ele, um vento de 40 nós (74,08 km/h) faz a torre balançar.
Na próxima segunda-feira, representantes do Ministério da Aeronáutica, do DAC (Departamento de Aviação Civil), da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) e do sindicato se reúnem para discutir e investigar o caso.
A DRT é responsável pela fiscalização das edificações da torre.
Órgãos de aviação são responsáveis somente pela operação de aeronaves. "Toda construção onde vá trabalhar um funcionário coberto pela lei dos trabalhadores deve ser fiscalizada pela DRT", disse Alencar.
A Infraero nega a falta de segurança no local. A empresa já está licitando a construção de uma nova torre, com equipamentos modernos, altura e base proporcionais ao movimento do aeroporto. Ela ficaria pronta em setembro de 98. A assessoria de imprensa informou que a empresa não vai se pronunciar antes da reunião na DRT.
O movimento de junho em Viracopos aumentou 15% em relação ao mesmo período de 96, o que representa o embarque e o desembarque de 24,5 mil pessoas. O Sina vai apontar outras irregularidades encontradas no aeroporto na reunião com a DRT, como a falta de raios X e detector de metais no embarque de passageiros. Segundo a Infraero, os equipamentos entram em operação no início de agosto.

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