São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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Superstições

EDUARDO OHATA

Costuma-se dizer que o boxe é um esporte em que o psicológico pesa tanto quanto o físico.
"Se um lutador está autoconfiante, ele tem grandes chances de alcançar a vitória, mesmo que não esteja com bom preparo físico", dizem os treinadores.
Assim, os boxeadores procuram se armar de todas as maneiras, lançando mão, inclusive, da superstição. Invocando as forças sobrenaturais, os lutadores procuram criar uma aura de invencibilidade ao seu redor.
O último a fazer uso do misticismo foi o supermosca Johnny Tapia, que, no último fim-de-semana, unificou os cinturões da Federação Internacional e Organização Mundial.
Tapia tatuou a imagem de Cristo em seu peito e acredita que ela o protege em todos os lugares, até mesmo no ringue. "Graças a essa imagem, sei que nada de mau me acontecerá."
Antes de muitas de suas lutas, o panamenho Roberto "Manos de piedra" Durán fez questão de assistir rituais de vodu. "Isso me traz boa sorte", explicava, na época, Durán.
Mas, se por um lado as superstições ajudam, por outro elas podem atrapalhar. Na década de 80, dizia-se que o título da AMB (Associação Mundial de Boxe) era amaldiçoado.
A "maldição" teve início após a aposentadoria de Muhammad Ali, em 1979. Nos próximos oito anos, oito homens conquistaram -e perderam o título. Média de um campeão por ano.
Agora, a "maldição" está de volta. George Foreman foi destituído do título em 1994. Em 1995, Bruce Seldon ganhou o título vago e o perdeu, no próximo ano, para Mike Tyson.
Tyson, por sua vez, perdeu, em novembro, para Holyfield. Em novembro próximo, o novo campeão tentará unificar o título com Michael Moorer, que já o venceu em 1994. Para quem não se deu conta, será o aniversário de um ano em que o título mudou de mãos. Holyfield será o próximo a desafiar a "maldição" da AMB.

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