São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 1997
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Argélia mata líder radical islâmico

Antar Zouabri comandava o GIA

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Antar Zouabri, chefe do terrorista Grupo Islâmico Armado (GIA), foi morto pelas forças de segurança da Argélia, informaram fontes próximas à polícia.
Zouabri, 27, é ao menos o oitavo chefe do GIA a ser morto desde dezembro de 1992, quando o grupo lançou seu primeiro comunicado.
O GIA é acusado pelas forças de segurança de ser o principal responsável pelos constantes atentados terroristas ocorridos no país.
"Ele foi morto na terça-feira com outros membros do grupo armado", disse uma das fontes. Zouabri teria morrido em um túnel próximo a Blida, a 60 km de Argel (capital da Argélia).
Em janeiro último, Zouabri disse em um comunicado que "não há neutralidade na guerra em que lutamos. Excetuando aqueles que estão conosco, todos os outros são renegados". O GIA é acusado de cometer massacres em pequenas aldeias rurais nos quais nem mesmo bebês e crianças são poupados.
Não há confirmação oficial da morte de Zouabri ou qualquer comentário sobre a operação militar pela qual ele aparentemente se deixou apanhar. Segundo jornais argelinos, mais de 140 terroristas foram mortos na operação.
A violência na Argélia explodiu em 1992, quando uma junta militar derrubou o governo e anulou eleições parlamentares que eram vencidas pela fundamentalista Frente Islâmica de Salvação (FIS).
Os radicais islâmicos responderam ao golpe lançando um onda de violência, que, até hoje, matou mais de 60 mil pessoas.
No mês passado, o país elegeu seu primeiro Parlamento multipartidário. Os partidos moderados islâmicos (os fundamentalistas são ilegais) obtiveram 103 das 380 cadeiras do Congresso.
O governo argelino libertou neste ano dois líderes da FIS, colocada na ilegalidade em 1992.
A violência, porém, não parece diminuir. Desde as eleições, mais de 400 civis já foram mortos em atentados. Neste semana, terroristas mataram 47 pessoas, a maioria degoladas.

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