São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Próxima "Biblioteca" destaca autos do português Gil Vicente

DA REDAÇÃO

A "Biblioteca Folha" lança na próxima quinta-feira, dia 31, "Três Autos", de Gil Vicente (1465-1537).
É o sétimo volume da coleção, que já publicou "Espumas Flutuantes", de Castro Alves, "O Primo Basílio", de Eça de Queirós, "Iracema", de José de Alencar, "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, "O Noviço", de Martins Pena, e "A Relíquia", de Eça de Queirós.
Ao comprar a Folha de quinta-feira nas bancas, o leitor poderá adquirir, por R$ 1,80, uma apostila com informações e exercícios que avaliam a compreensão de "Três Autos" e ganhar o livro de brinde.
Para o assinante, o jornal enviará pelo correio um boleto bancário que dá direito à aquisição dos 20 volumes da coleção por R$ 36.
Os próximos lançamentos são "Amor de Perdição", de Camilo Castelo Branco, no dia 7 de agosto, e "Clara dos Anjos", de Lima Barreto, dia 14.
Sobre autor e obra
Gil Vicente nasceu em lugar ignorado de Portugal -e também morreu em local desconhecido. A versão mais provável de sua identificação é a de que teria sido mestre de retórica da corte portuguesa.
Em 1502 estaria a serviço de Leonor, viúva de d. João 2º, com a incumbência de organizar espetáculos palacianos nas festas reais e datas comemorativas da cristandade.
Em 1521, com a coroação de d. João 3º, colocou-se a seu serviço, satirizando, por meio de obras teatrais, os costumes da nobreza e do clero. Ele se sustentava, apesar das sátiras, em virtude do prestígio junto aos detentores do poder.
A obra de Gil Vicente, considerado o fundador do teatro nacional -um dos mais brilhantes escritores da língua portuguesa-, abrange 46 peças teatrais.
Seus livros também são utilizados como uma fonte preciosa para o estudo da linguagem, dos costumes e da vida social portuguesa de seu tempo.
O que traz o volume
Os três autos publicados no volume que a Folha traz nesta semana são "Auto da Alma", "Auto da Barca do Inferno" e "Auto de Mofina Mendes".
No primeiro, o autor representa por figuras o que chama de "a aventura humana na Terra".
A intenção é fazer o espectador desprezar os bens terrenos em prol dos eternos.
O segundo aborda o Juízo Final, mostrando vários tipos sociais (sapateiro, juiz, alcoviteira, entre outros).
Quando chegam à praia, onde se dá a cerimônia, são julgados por demônios, que têm a incumbência de conduzir as almas a seu destino.
No terceiro, Gil Vicente dedica-se a fazer uma paródia de um sermão de frade.

Texto Anterior: "Videoteca" traz Al Pacino em "O Sucesso a Qualquer Preço"
Próximo Texto: O desmanche de tudo que era sólido
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.