São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997
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Pesquisa ainda não detecta 'nova fase'

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de dizer que pouparia e que gastaria mais com educação, as últimas pesquisas de consumo ainda não conseguem demonstrar essa "nova fase" do paulista.
O crescimento dos alunos no ano passado nas escolas particulares de São Paulo, por exemplo, foi de apenas 2% em relação a 1995. Já a venda de carros cresceu 12%.
A explicação para isso, segundo especialistas, é que as estatísticas só conseguem mostrar o que eles chamam de "primeira fase pós-Plano Real", isto é, a fase do boom do consumo de eletrodomésticos, carros e alimentos.
O investimento no futuro -poupando e melhorando a escola dos filhos- seria, segundo eles, uma "2ª fase do ciclo" e ainda não pode ser medida pelas pesquisas de consumo. A tendência, porém, está nas pesquisas.
"Isso é claro e já estava sendo notado em pesquisas anteriores", diz Felícia Madeira, da Fundação Seade. De fato, os levantamentos mostram que o crescimento da venda de carros caiu e o da venda dos supermercados, também.
Escolas
O presidente do Grupo (associação que reúne escolas particulares de São Paulo), Sylvio Gomide, afirma que, apesar de o setor ter enfrentado uma crise nos últimos anos, a tendência de crescimento é evidente.
Segundo ele, o crescimento de alunos ingressando em particulares neste ano deve chegar a 10%. "Os alunos estão começando a voltar porque existe uma consciência de que é importante colocar os filhos em uma escola boa."
A diretora pedagógica da Nova Lourenço Castanho (uma escola de classe média alta na Vila Nova Conceição, zona sudoeste), Silvia Gouveia, já começou a notar esse movimento de alunos na prática. Sua escola está lotada e ela foi obrigada a abrir o colegial a pedido dos novos alunos.
Outro que não tem mais vagas é o diretor pedagógico do colégio João 23 (Vila Prudente, zona sudeste), Antonio Augusto Parada. "Tivemos um crescimento de cerca de 7% no número de alunos e agora estamos com nossa capacidade máxima."

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