São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997 |
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Moeda de R$ 1 é novo alvo de falsificador
MARCELO GODOY
A última moeda falsificada no Brasil havia sido a de Cr$ 0,50 de 1967. Na época, os falsários cunharam moedas de chumbo e as banharam em níquel para lhes dar o brilho da original. Os falsário do real não estão cunhando novas moedas, mas aproveitando as antigas para fazer as de R$ 1. A informação é do responsável pela investigação sobre essas falsificações, o delegado Manoel Camassa, da 4ª Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio. "Eles estão usado o disco da moeda de Cr$ 10 de 1984 para gravar a de R$ 1", afirmou Camassa. Essas moedas não foram recolhidas pelo Banco Central após saírem de circulação. "Vivíamos uma fase inflacionária. As moedas não valiam nada. Não as recuperamos porque a população não se interessou em trocá-las", disse José dos Santos Barbosa, chefe do Departamento de Meio Circulante do Banco Central. O diâmetro do disco das duas moedas é igual (24 milímetros). As diferenças de espessura e de peso entre elas são pequenas. A moeda de Cr$ 10 tem 0,3 mm de espessura a mais que a de R$ 1 (1,5 mm para a moeda de Cr$ 10 e 1,2 mm na de R$ 1) e pesa 1,08 grama a mais -5,35 gramas na de Cr$ 10 e 4,27 gramas na de R$ 1. "Isso dificulta a identificação da moeda falsa pela população, que não presta atenção quando recebe uma moeda", afirmou o delegado. Outro motivo para os falsários usarem as moedas de Cr$ 10 é o fato de ela ser ter sido cunhada em aço inoxidável assim como a atual moeda de R$ 1. Quando banhavam as moedas em níquel, elas corriam o risco de descascar, o que não ocorre com o novo método. No mercado de colecionadores, um quilo (cerca de 200 peças) de moedas de Cr$ 10 de 1984 está cotado em R$ 1. "O lucro é evidente. Com R$ 1 o falsário obtém R$ 200", disse o delegado. Como identificar Segundo Camassa, para identificar as moedas falsas é preciso notar quatro detalhes: são um pouco curvas, a saliência da borda é irregular, o alto relevo é gasto e o desenho pode não estar centralizado. "Os falsários estão optando pelas moedas porque é menos arriscado", disse o delegado, que também é sócio da Sociedade Numismática Brasileira e autor do livro "Catálogo de Cédulas do Brasil". As moedas falsas já foram encontradas no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia. Segundo o Banco Central, São Paulo é o Estado que registra a maioria das falsificações. Texto Anterior: Gerente pára de sair para pagar escola Próximo Texto: Não houve prisões ainda Índice |
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