São Paulo, domingo, 27 de julho de 1997 |
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Produtor busca nova fonte de renda
LUIZ FRANCISCO
"Jorge Amado divulgou o cacau e a região sul da Bahia em todo o mundo", afirma o presidente da Fundação Ecológica Poturu, Erlon Botelho, 28. Há um ano Botelho está trabalhando para colocar em prática o projeto "Trilha Literária de Jorge Amado". Restauração O projeto prevê a restauração, recuperação e recomposição das fazendas, casas, paisagem e ambientes citados nos romances do escritor baiano. "Depois da preservação, vamos vender os pacotes turísticos para agências de viagens do Brasil e exterior", diz Erlon Botelho. Para a restauração dos cenários narrados por Jorge Amado em seus livros, Erlon Botelho afirma que pretende mobilizar a iniciativa privada e as prefeituras da região. "Na primeira etapa do projeto pretendemos restaurar os cenários localizados em Ilhéus, Itabuna, Itajuípe e Ferradas (distrito de Itabuna, onde nasceu o escritor)." Ecoturismo Segundo Erlon Botelho, o ecoturismo é uma das principais alternativas para acabar com a monocultura do cacau na região. Enquanto aguardam o projeto "Trilha Literária de Jorge Amado" sair do papel, muitos fazendeiros encontraram no turismo alternativo um meio de aumentar seus rendimentos. Hotéis-fazenda A instalação de hotéis-fazendas foi um dos caminhos buscados pelos proprietários como forma de enfrentar a crise com a lavoura do cacau. Nos últimos dois anos pelo menos 20 hotéis-fazendas começaram a funcionar na região. Esse tipo de hotel vem sendo procurado por turistas de várias regiões do país e do mundo. "Recebo hóspedes do Brasil e do exterior", afirma José Santana Oliveira, 34, administrador de um hotel-fazenda em Ilhéus (469 km ao sul de Salvador). Segundo Oliveira, o cliente do hotel-fazenda não está interessado no turismo convencional, ou seja, praias, museus, igrejas e monumentos. "O que este tipo de turista quer ver é a integração do homem com a natureza. E aqui no sul da Bahia essa integração é muito harmônica." Nos hotéis-fazendas da região a diária custa em média R$ 70, com direito a café da manhã. "É melhor ter poucos clientes por mês do que administrar os prejuízos da lavoura cacaueira", afirma Santana. (LF) Texto Anterior: Desempregados ocupam fazendas Próximo Texto: Fazendeiro troca o cacau pelo café Índice |
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