São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 1997
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A 97 FM assume o rótulo de "comercial"

SAULO RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de uma década executando só rock, a rádio 97 FM resolveu mudar radicalmente de cara: a partir de 1994 virou uma estação de dance. "Acho que essa é a grande tendência mundial", diz Hilton Malta, 27, programador e produtor da rádio.
Ele define a 97 como uma rádio "comercial", que toca músicas de apelo fácil, daquelas que "pegam no ouvido" de quem ouve. "Não importa se a música é descartável ou não. Nossa preocupação é ter audiência e vender", afirma Malta.
Para conquistar a audiência, vale tudo: de Shakira a Underworld, passando por Banda Eva e Netinho. Ou seja, qualquer som capaz de fazer as pessoas chacoalharem o esqueleto.
Hilton diz não ter medo de que a rádio seja classificada de brega. "O brasileiro é brega. O mesmo cara que vai ao Hell's e dança tecno sai atrás do trio elétrico do Netinho no Carnaval", acredita o programador.
Para escolher as músicas que vai colocar no ar, o programador recorre principalmente a discos que recebe das gravadoras e a revistas que trazem as paradas norte-americanas e européias.
"A gente também compra 'Hit Discs', CDs produzidos por uma empresa que abastece as rádios. Esses discos trazem as músicas que estão no topo das paradas lá fora", diz Hilton.
Depois de escutar os discos, ele seleciona as faixas das quais ele acha que os ouvintes podem gostar. "Nessa hora, o que conta mais é o meu 'feeling'", garante.
Se a música tiver um bom refrão, já é meio caminho andado. "Música sem refrão tem pouca chance de dar certo."
Outra fonte de inspiração para o programador são as casas noturnas. "Frequento todas, das mais alternativas as mais populares, para ver o que faz as pessoas dançarem", diz.
(SR)

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