São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 1997 |
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Alteração afasta Serra e deixa PFL mais forte
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
Ambos foram adversários nos debates internos do governo enquanto Serra era ministro do Planejamento (até meados de 1996). Fundamentalmente, divergiam sobre o câmbio -sobrevalorizado na opinião do tucano. Com Franco alçado ao primeiro escalão, a eventual volta de Serra ao governo sinalizaria uma nova trombada entre ambos, mas agora com proporções maiores, porque seria entre um ministro e o presidente do BC. Além disso, o cenário internacional, após as crises cambiais nos Tigres Asiáticos, está mais sensível a eventuais sinais de instabilidade na equipe econômica. Por tudo isso, até mesmo ministros tucanos acham que a nomeação de Franco torna improvável a volta de Serra ao governo. Até agora, ela era prevista para 1998, quando FHC terá que remontar o ministério por causa da eleição. É também por causa da eleição do próximo ano que a nomeação de Franco tem implicações político-partidárias. Ela é boa para o PFL e ruim para a ala tucana mais próxima ao ministro Sérgio Motta Explica-se: sem representantes na área econômica, os pefelistas logo no início de 1995 trataram de adotar o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e fomentar sua polarização com Serra e equipe. As críticas de Motta a Malan na semana passada escondiam, nas entrelinhas, alfinetadas a Gustavo Franco. Além disso, preparavam terreno para a volta de Serra. A promoção de Franco fortalece a posição de Malan no governo e a de seus padrinhos do PFL. Aos pefelistas interessa a manutenção da atual política econômica, que joga para o Congresso a responsabilidade de aprovar as reformas econômicas. É somando votos pró-reformas que o PFL se torna vital para FHC. Qualquer mudança que retirasse do Congresso o foco da política econômica, tiraria poder do PFL e abriria chances de o PSDB se fortalecer. Texto Anterior: Mudança no BC reforça posição de Malan Próximo Texto: ACM nega ter tido influência na saída Índice |
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