São Paulo, sexta-feira, 1 de agosto de 1997 |
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BANGUE-BANGUE "Estávamos sentados, aguardando a chegada das últimas cargas. Pedrinho ainda se achava no local do acampamento que havíamos deixado. Paixão acabara de chegar com um volume, colocando-o no chão, ao lado da carabina, e regressou pelo mesmo caminho para buscar nova carga. Em seguida, veio Júlio com a sua, pô-la junto das outras, apanhou a carabina e voltou resmungando, porém sem denotar qualquer excitação. Não nos preocupamos com o fato, pois ele estava constantemente resmungando, e, como, vez por outra, um ou outro camarada via um macaco ou pássaro grande e procurava matá-lo, não nos causou estranheza o ter ele apanhado a carabina. Não demorou um minuto e ouvimos um tiro; e, daí a pouco, três ou quatro homens vieram nos participar que Paixão estava morto, assassinado por Júlio, que fugira para o mato. O coronel (Rondon) e o tenente Lira se encontravam mais adiante; enviei-lhes um mensageiro e determinei a Cherrie e Kermit que permanecessem onde se achavam, a fim de resguardarem as canoas e provisões, e segui com o médico -cidadão absolutamente calmo e corajoso e que trazia como defesa apenas um revólver- e mais quatro camaradas. Logo adiante, passamos pelo cadáver do pobre Paixão. Estava em desalinho, numa poça de sangue, com o coração trespassado por bala." Trecho do livro "Through the Brazilian Wilderness" ("Nas Selvas do Brasil"), escrito por Theodore Roosevelt e publicado em 1914 Texto Anterior: 'Meus filmes não podem falhar' Próximo Texto: Cursos abordam vinhos e cozinha tailandesa Índice |
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