São Paulo, sábado, 2 de agosto de 1997
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Prefeitura rola dívida com Iprem

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo renovou os prazos de pagamento dos empréstimos de R$ 150 milhões do fundo de pensão dos funcionários públicos municipais.
Os empréstimos foram efetuados no ano passado, durante a gestão Paulo Maluf, junto ao Iprem (Instituto de Previdência Municipal) para o pagamento do PAS (Plano de Atendimento à Saúde) e do programa de construção de corredores de ônibus.
Com os juros, a dívida beira os R$ 160 milhões. A prefeitura vai pagar a dívida em quatro parcelas de cerca de R$ 40 milhões, em prazos que variam de 90 a 120 dias.
O Iprem é o órgão responsável pelo pagamento das pensões e pelo financiamento imobiliário para servidores públicos.
Em agosto do ano passado, a prefeitura emprestou R$ 120 milhões. No mês seguinte, foram mais R$ 30 milhões.
Os dois empréstimos deveriam ter sido pagos em 31 de dezembro de 96. Não foram. O prefeito Pitta, que assumiu em janeiro e nomeou a atual diretoria do Iprem, conseguiu que o órgão rolasse a dívida.
A rolagem, publicada na edição de ontem do "Diário Oficial do Município", foi feita em um momento em que a prefeitura passa por graves problemas de caixa.
Na semana passada, a prefeitura obteve um empréstimo, junto ao Banco Excel Econômico, de R$ 32 milhões. Para comparar, o PAS consome, por mês, R$ 50 milhões.
O secretário-geral do sindicato dos servidores, João Batista Gomes, diz que "enquanto a prefeitura utiliza o dinheiro dos funcionários, a fila por financiamentos imobiliários vai aumentando".
A prefeitura tem 140 mil servidores, sendo que 5% do salário de cada funcionário é descontado para o fundo. Para 1997, a previsão de receita do órgão é de cerca de R$ 236,6 milhões. Até agora, o Iprem gastou apenas R$ 28,5 milhões, sendo que há, segundo o sindicato, cerca de 18 mil pessoas na fila por financiamento habitacional.
Segundo Gomes, desde 1994, apenas 800 financiamentos foram liberados. Ele diz que o sindicato entrou na Justiça contra o empréstimo. O mérito não foi julgado.
O secretário das Finanças, José Antonio de Freitas, diz que os financiamentos não foram prejudicados. Bertoldo Salum, superintendente do Iprem, foi procurado durante todo o dia de ontem, mas não respondeu.

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