São Paulo, quarta-feira, 6 de agosto de 1997
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SP regulamenta lista única de transplante

DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo divulgou ontem no "Diário Oficial do Estado" a regulamentação das listas únicas para transplantes de órgãos.
Conforme a Folha antecipou em sua edição de segunda-feira, o cadastro único será organizado por um programa de computador que cruza as características clínicas físicas de doador e receptor.
O receptor selecionado é o que mais compatibilidade apresentar com o órgão doado. Segundo o texto publicado ontem, pacientes em estado de saúde mais delicado podem ter prioridade.
Serão criadas as centrais de transplantes, que centralizam os nomes de doadores no Estado, e as organizações de procura de órgãos, entidades que congregam hospitais de uma região e mantêm as centrais informadas sobre o eventual aparecimento de órgãos.
A regulamentação traz ainda a criação de equipes médicas de transplantes nos hospitais. A legislação não exige que todos os hospitais mantenham médicos habilitados para realizar transplantes, mas determina que uma equipe atenda a um "pool" de hospitais.
Centrais diferentes
O Estado de São Paulo terá uma central de transplante renal dividida em duas regiões. O módulo de transplante de rim é formado pela região da capital, Campinas e Grande São Paulo e por um grupo de cidades do interior, com sede em Ribeirão Preto.
Uma outra central inclui fígado, coração e pulmão. Os transplantes renais são os mais comuns e representam a maioria dos procedimentos realizados.
Entre os exames realizados nos órgãos e nos eventuais receptores está o HLA (antígenos leucocitáveis humanos) para rim. O exame de HLA é fundamental para determinar o sucesso de um transplante renal, porque aponta o grau maior ou menor de rejeição que o receptor pode desenvolver.
Também é levada em consideração a compatibilidade ABO para os rins. Para os demais órgãos os critérios são, principalmente, o grupo ABO e características antropométricas.
O coração de uma criança, por exemplo, é muito pequeno para o corpo de um adulto. O mesmo vale para fígado e pulmão, o transplante mais raro da lista.
Cadastramento
A secretaria divulgou ainda o modelo de fichas de cadastramento que devem ser adotadas pelas centrais de transplantes.
As fichas contêm a identificação primária do receptor, como nome, endereço etc. Trazem também todas as especificações a ser levadas em conta, como tipo sanguíneo, doença do órgão que vai ser retirado e doenças que o paciente tenha sofrido.

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