São Paulo, quarta-feira, 6 de agosto de 1997
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Saiba como a imagem é reduzida

SARAH D. SCARLET
DA "SMART COMPUTING"

Hoje em dia são poucas as secretárias que usam taquigrafia, mas os computadores têm maneiras de lidar com dados que funcionam de maneira semelhante.
Como a taquigrafia, os códigos abreviados usados para comprimir dados possibilitam o armazenamento de dados em menos espaço e sua transmissão em menos tempo -o que é muito importante, por exemplo, para a transmissão de som e vídeo via Internet.
A compressão de dados é a arte de condensar informação sem perder nada de vital.
A compressão pode ser dividida em duas áreas principais: a compressão de imagens, que lida com imagens gráficas que utilizam muito espaço, fotos e vídeos, e a compressão de dados, que lida com arquivos de dados, discos rígidos ou disquetes.
Como funciona
Diferentes tipos de compressão funcionam de diferentes maneiras, mas o princípio subjacente a todos é o mesmo: um utilitário encontra redundâncias nas informações e utiliza essas redundâncias para diminuir a quantidade de espaço necessário para um arquivo.
Pense em seus dados como um saco de folhas. Se você pular em cima do saco, forçando o ar entre as folhas a sair, elas vão ocupar menos espaço.
Depois, se você guardar apenas uma folha de cada tipo e jogar fora as restantes, haverá ainda mais espaço no saco e ele ocupará menos espaço quando for transportado.
A chave da boa compressão de dados é ocupar menos espaço sem perder nada de importante.
Assim, a compressão sem perda significa que não se perdem informações no processo de compressão. Quando você descomprime o arquivo, a informação fica igual ao que era antes da compressão.
A compressão com perda significa que parte da informação se perde para sempre. Até certo ponto (que varia), seus olhos e ouvidos não vão perceber a falta de dados.
Alguns arquivos comprimidos (com extensão .ZIP) são descomprimidos automaticamente.
A extração é o processo de descompressão, ou seja, o ato de tirar os dados de seu formato condensado, codificado.
Um arquivo auto-extrator, inclui um programa executável que pode descomprimi-lo, obedecendo a um comando.
Quando se aciona o arquivo, o processo de descompressão é iniciado. Se um arquivo de PC tem a extensão .EXE, deve ser auto-extrator.
Descompressão
Muitos arquivos .ZIP, porém, precisam ser extraídos antes que possam ser manipulados. É necessário um programa especial.
Teoricamente, qualquer arquivo .ZIP pode ser aberto (descomprimido) com qualquer programa .ZIP. Mas o "PKZip", produzido pela PKWare, é o mais usado dos utilitários de compressão.
O "WinZip", produzido pela Nico Mak Computing, obedece às mesmas especificações e funciona com "Windows" e DOS. Mas o "PKZip" agora tem uma versão "Windows", além de versões para DOS e para o "OS/2".
Segundo Bob Gorman, gerente de marketing da PKWare, "o espaço economizado no disco rígido quando se usa programas .ZIP é de 50% a 70%, em média".
Quando um programa de compressão encontra um arquivo que consegue comprimir substancialmente, diz Gorman, paga-se o preço em termos de rapidez. "Quanto mais compressão se obtém, mais tempo se leva para comprimir o arquivo." Mas o arquivo é transmitido mais rapidamente.
Os arquivos .ZIP são o formato de compressão mais comum, mas às vezes se encontra arquivos .LHA e .ARJ, que operam segundo os mesmos princípios básicos.
O Graphics Interchange Format, ou GIF (formato de intercâmbio de imagens) é uma forma de compressão sem perdas de arquivos gráficos que você com certeza já encontrou em algum momento.
Os navegadores "Netscape Navigator" e "Microsoft Internet Explorer" podem visualizar arquivos .GIF.
Como eles suportam o formato, as imagens nem precisam ser descarregadas; seu browser simplesmente as mostra na tela à medida que as encontra.
O software de visualização de imagens contido no browser descomprime as imagens para mostrá-la no "Windows", mas a impressão que você tem é que o programa mostra os arquivos diretamente na tela.
Os arquivos são reproduzidos com perfeição e utilizam essencialmente os mesmos algoritmos das outras formas de compressão de dados das quais tratamos.
Se você tem uma imagem que precisa ser tecnicamente exata, tal como uma radiografia, você pode querer usar o formato .GIF. As imagens que você cria em programas gráficos normalmente podem ser salvas em formato .GIF.
Partes descartáveis
O JPEG (um padrão desenvolvido pelo Grupo Conjunto de Especialistas em Fotografia, cujas iniciais, em inglês, são JPEG), usado para imagens paradas, como fotos ou artes em 16 bits ou 24 bits, permite que certas partes das imagens sejam descartadas.
As partes são escolhidas para descarte com base em estudos da visão e percepção humana, que revelam que o olho presta mais atenção a determinados aspectos de uma imagem.
"Um componente de alta frequência de uma imagem poderia ser a orla de uma casa, onde o azul sólido de um lado é o céu, e o preto sólido do outro lado é a casa", explica Mark Nelson, co-autor de "The Data Compression Book".
"Com uma imagem JPEG, a orla pode perder um pouco de nitidez, porque isso é alta frequência. Os componentes de baixa frequência são muito mais importantes para nosso cérebro, de modo que não é preciso tanta resolução na alta frequência."
A quantidade de detalhes perdidos depende de quanta compressão se pede.
Vídeo comprimido
Já que estamos falando no assunto, outro tipo muito comum de compressão com perda é o MPEG (das iniciais de Grupo de Especialistas em Imagens Móveis).
O MPEG, como você talvez já tenha adivinhado, usa o mesmo tipo de processo que o JPEG, mas para vídeo. Sua extensão nos arquivos é .MPG.
Segundo Nelson, "MPEG é a compressão de imagens móveis em lugar de imagens paradas. Mas, além disso, ela procura aproveitar as redundâncias entre imagens."
O padrão MPEG é ainda mais complicado do que o JPEG, segundo Nelson, e requer um processador poderoso para criar e repassar os arquivos.
Devido a isso, os visualizadores MPEG não vêm embutidos no "Netscape Navigator" e "Internet Explorer", como o são os visualizadores JPEG.
Se você quiser acionar arquivos de vídeo, vai precisar de um software especial que converta o arquivo para um formato que possa ser visualizado em um micro.

Para saber mais - PKWare, http://www.pkware.com; "WinZip", http://www.winzip.com

Tradução de Clara Allain

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