São Paulo, quinta-feira, 7 de agosto de 1997
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Mulheres são barradas na direção da Força

SÉRGIO LÍRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O sonho das mulheres da Força Sindical de conseguirem 30% dos cargos da executiva nacional deve esbarrar no machismo dos principais dirigentes.
A Folha apurou que apenas três mulheres estão na lista dos nomes que serão indicados para a chapa única, que deve ser eleita hoje durante a plenária final do congresso.
Isso representa 11% dos 27 dirigentes da executiva e é o mesmo número de mulheres que participa da atual diretoria.
Apesar de declararem apoio à reivindicação das mulheres, os dirigentes da Força arrumam justificativas para não ceder à idéia da cota de 30%.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, diz que não existem quadros suficientes entre as mulheres para compor a diretoria.
"A gente está tentando, mas está difícil que as delegações indiquem nomes", disse Paulinho, que dirige o sindicato mais "machista" da central: não há nenhuma mulher em sua diretoria.
As mulheres da Força prometem, no entanto, intensificar a campanha pela cota de 30% nas discussões de hoje.
Elas pretendem pressionar as delegações para que substituam nomes de homens pelo de mulheres nas indicações para a diretoria.
Segundo a secretária de Direitos Humanos da Força, Eunice Cabral, o crescimento da participação das mulheres na diretoria refletiria a tendência do mercado de trabalho, onde a mão-de-obra feminina já representaria mais de 40% da força de trabalho.
"A nossa pequena participação na atual diretoria é um sinal de exclusão", disse.
Por enquanto, a única coisa certa no congresso é a reeleição de Luiz Antônio de Medeiros para a presidência da central. Ele dirige a Força desde sua criação, em 91. Ficará mais quatro anos.

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