São Paulo, quinta-feira, 7 de agosto de 1997
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30 sobrevivem ao acidente em Guam

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Segundo autoridades de Guam, há poucas chances de que mais sobreviventes sejam encontrados entre os destroços do avião da Korean Air que caiu anteontem na ilha com 254 pessoas a bordo.
"Achamos que não há mais sobreviventes", disse Martin Janczak, almirante da Marinha norte-americana. Militares dos EUA, país que administra a ilha, continuavam ontem as buscas.
O Boeing-747/300 vindo de Seul (a capital da Coréia do Sul) caiu em meio a uma forte tempestade em uma colina a 5 km do principal aeroporto de Guam, ilha do Pacífico.
Até ontem, 32 pessoas haviam sido retiradas dos destroços com vida. Cinco morreram em um hospital. Equipes de resgate confirmaram a morte de outras 67 pessoas -155 ainda estão desaparecidas.
Os ocupantes do vôo 801 da Korean Air, 231 passageiros e 23 tripulantes, eram em sua maioria sul-coreanos em férias. No avião, segundo autoridades, havia 21 estrangeiros (14 dos EUA, um neozelandês, um japonês e cinco de nacionalidades desconhecidas).
Após o choque, o avião da Korean Air ficou irreconhecível. A cabine e a primeira classe, relativamente intactas, estão a 25 m dos demais destroços -um amontoado de ferragens, assentos e valises quebradas.
As causas do acidente continuam desconhecidas. Janczak negou que o piloto tenha feito um pedido de emergência pouco antes do acidente relatando um incêndio a bordo. "O piloto não disse haver uma situação de emergência."
Anteontem, autoridades da Casa Branca (sede do governo dos EUA) haviam divulgado a hipótese de que havia um incêndio a bordo do avião antes da queda.
Responsabilidade
Segundo especialistas de vôo, uma combinação mortal entre más condições atmosféricas e a falta de um sistema de auxílio ao vôo é a provável causa da queda do avião da Korean Air.
O piloto voava, em meio a uma tempestade, sem um aparelho que auxilia o pouso de aeronaves, conhecido como GSS.
Ao piloto deve ser atribuída parte da culpa pelo acidente, disseram diversos especialistas.
"Todos os pilotos podem aterrissar sem o GSS, qualquer que seja a companhia. Faz parte do trabalho", disse François Grangier, especialista francês na investigação de acidentes aéreos.
James Hall, presidente do Conselho Nacional de Segurança no Transporte, dos EUA, informou que as caixas-pretas do avião foram achadas e seriam analisadas.
Diversos vôos com parentes dos ocupantes do Boeing da Korean Air partiram para Guam.
O acidente de anteontem foi o primeiro da companhia coreana desde 1989. A taxa de acidentes da empresa, porém, é alta.
Nos últimos dez anos, a empresa Korean Air apresenta uma taxa de 1,91 acidente a cada 1 milhão de decolagens. A média mundial é de 0,58 por milhão.

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