São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 1997
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Físico contesta laudo sobre gelo do céu

Professor acha conclusão precipitada

SAMY CHARANEK
EDITOR-ASSISTENTE DA FOLHA CAMPINAS

O físico Rogério Cézar de Cerqueira Leite, 66, professor emérito da Unicamp e membro do conselho editorial da Folha, disse que a universidade foi precipitada ao classificar os dois blocos de gelo encontrados em Campinas e Itapira como hidrometeoritos.
Segundo ele, não há conclusões suficientes para determinar o fenômeno como de origem externa à atmosfera terrestre.
Em 11 de julho, um bloco de gelo com peso estimado entre 100 kg e 300 kg caiu sobre o telhado de um galpão da empresa Mercedes-Benz, por volta das 7h.
Quatro dias depois, por volta das 15h, outro fragmento, com 50 kg, caiu em uma chácara localizada em Itapira (72 km de Campinas).
Cerqueira Leite, especialista em física de estado sólido, disse que as duas hipóteses mais prováveis sobre os fragmentos são frágeis.
Caso os dois blocos de gelo fossem originários do mesmo objeto, Cerqueira Leite disse que seria improvável que os fragmentos caíssem na mesma região.
Segundo ele, o mesmo acontece caso a hipótese seja de duas ocorrências distintas.
"É pouco provável que esses acontecimentos sejam originários do espaço, pois não podem ser do mesmo corpo celeste por causa da diferença do tempo."
Outro lado
O doutor em meteorologia e diretor do Cepagri, Hilton Silveira Pinto, 54, afirmou à Folha que a equipe de pesquisadores encarregada de analisar os blocos de gelo que caíram na região de Campinas não foi precipitada.
"Não somos donos da verdade, mas com base nas análises que fizemos concluímos que os blocos de gelo não foram formados na atmosfera terrestre. Portanto, vieram do espaço", disse.

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