São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 1997
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Ânderson ganha jogo e a preferência

ARNALDO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL A SEUL

Apenas 17 minutos em campo, substituindo Dodô, foram suficientes para transformar o atacante Ânderson, 26, do Barcelona (Espanha), na nova unanimidade da seleção brasileira.
Nesse pouco tempo, com muita rapidez e movimentação, ele criou a jogada que originou o pênalti convertido por Ronaldinho e marcou, nos descontos, o gol da vitória de 2 a 1 do Brasil, de virada, sobre a Coréia do Sul, ontem, em Seul.
A boa exibição do jogador, que estreava na seleção, fez com que o técnico Zagallo confirmasse sua escalação como titular na partida de quarta-feira, contra o Japão.
Além da simpatia do treinador, Ânderson ganhou a preferência dos demais jogadores.
O atacante Ronaldinho já trata o colega como o "parceiro ideal".
"O Dodô é muito técnico, mas joga mais no meio-campo. o Ânderson joga como eu. Ocupa os espaços. Busca a bola na área. Divide a atenção da defesa adversária. Gostei muito do estilo dele", disse.
Para Ronaldinho, Ânderson, seu sucessor no Barcelona, "tem tudo para dar certo" na Espanha.
Segundo o técnico Zagallo, sua intenção inicial era colocar Ânderson apenas no jogo contra o Japão.
Mas como Dodô estava apagado no jogo e o Brasil perdia, Zagallo resolveu antecipar a estréia do jogador que construiu sua fama no futebol francês. "As circunstâncias me obrigaram a colocá-lo."
Simplicidade e assédio
"Não imaginei que viraria o jogo. Quando você entra faltando 15 minutos, só pensa em ajudar e não fazer gols", disse Ânderson.
"Procurei não pensar que era o meu primeiro jogo pela seleção e jogar normalmente", acrescentou.
Os 17 minutos de fama contra a Coréia podem render a Ânderson um novo contrato. Representantes da Nike, patrocinadora da seleção, o assediaram após o jogo.

LEIA MAIS sobre a vitória da seleção brasileira na pág. 4-3

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