São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 1997 |
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Indústria de base retoma a expansão
CLAUDIA GONÇALVES
A previsão do setor é que o faturamento cresça 15% no período, compensando o fraco desempenho dos primeiros meses. No ano, a previsão é que as vendas fiquem praticamente estáveis em relação a 1996. A virada começou em junho, segundo dados divulgados ontem pela Abimaq. A alta sobre o mesmo mês de 96 foi de 5,9%. Para compensar A tendência de recuperação já havia sido antecipada pela Fiesp -a federação das indústrias paulistas-, que atribuiu a alta de 3,9% no índice de atividade em julho em grande parte ao desempenho dos bens de capital. A retomada da produção de máquinas, que deverá ser intensificada com o fim da isenção do Imposto de Importação, coincide com período de menor expansão da indústria de bens de consumo, principalmente a eletroeletrônica. A retomada do setor, segundo Sato, deverá ser mantida a longo prazo, pelo menos por seis anos. Para 1998, ele prevê crescimento da ordem de 20%. "Como há muitos projetos na área de infra-estrutura programados para os próximos cinco ou seis anos, a indústria nacional de bens de capital tem pela frente um novo ciclo de crescimento", diz. Importação contida Segundo Sérgio Magalhães, presidente da Abimaq, o fim da isenção do Imposto de Importação para cerca de 3.600 máquinas e equipamentos (os chamados "ex-tarifários"), ocorrido no final de julho passado, deve fazer com que o setor deixe de importar cerca de US$ 2 bilhões neste ano. Ainda assim, em 1997 o Brasil deve comprar US$ 9,4 bilhões em máquinas e equipamentos no exterior -contra os US$ 6,6 bilhões gastos no ano passado. Para Magalhães, mesmo com a redução das importações causada pela volta do imposto de 17% para os "ex-tarifários", as compras de bens de capital no exterior ainda estão muito acima do ideal. "As indústrias nacionais precisam importar US$ 35 bilhões em máquinas, mas nós não podemos arcar com isso", diz. No outro prato da balança comercial do setor, as exportações no primeiro semestre registraram alta de 4,83%, passando US$ 1,61 bilhão para US$ 1,69 bilhão. Para Magalhães, o consumo aparente de bens de capital, apesar de ter crescido 7,07% nos primeiros seis meses de 1997, ainda é muito baixo. Consumo aparente é a quantidade total de máquinas adquiridas pela indústria nacional nos mercados interno e externo. Outro problema a ser enfrentado pelo setor, segundo ele, é a valorização da moeda nacional. "A saída não é mexer no câmbio. O governo deve, sim, é incentivar as indústrias nacionais a serem mais competitivas reduzindo o 'custo Brasil"', diz. Próximo Texto: Dividindo a verba; Voz discordante; Na prancheta; Domesticados; Parceria financeira; Trajetória inalterada; Na balança; Virando preço; Outro formato; Luz ao debate; Área de risco; De perto; Dança das cadeiras; Homenagem de SP Índice |
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