São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 1997 |
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Artes Cênicas da USP entra em crise
DANIELA ROCHA
Segundo o chefe interino do Departamento de Artes Cênicas, Hamilton Saraiva, o departamento atualmente não tem condições de cumprir sua função que é formar profissionais do teatro. "Se não houver contratação, o ensino estará prejudicado", disse. No último semestre, seis docentes se aposentaram e nenhuma vaga foi aberta. "Não existe fundo de aposentadoria para professores e a vaga fica comprometida", disse Saraiva. Segundo o diretor da Escola de Comunicações e Artes, Tupã Gomes Corrêa, a USP tem uma política na qual a verba do departamento é fixa e continua a ser alocada a professores depois de aposentados, o que impede a criação de novas vagas (leia texto abaixo). Anteontem, alunos e professores do departamento fizeram uma manifestação, com performances e leitura de manifestos no Teatro Laboratório da USP. Corrêa, juntamente com um representante dos alunos e o chefe interino do departamento, Hamilton Saraiva, terão uma reunião hoje na Reitoria para encaminhar um documento aprovado pelo Departamento de Artes Cênicas reivindicando a contratação se seis professores. O representante dos alunos encaminhará ao reitor Flávio Fava de Moraes um documento dando prazo de uma semana para obterem uma solução. "Caso não haja pronunciamento, vamos entrar com mandado de segurança contra a USP", afirmou a segundanista Gláucia Felipe. "Ao passarmos no vestibular da Fuvest para frequentar o curso de Artes Cênicas, a Universidade se compromete a ensinar. Não é isso o que está acontecendo", afirmou o quartanista Elton Wagner. Os alunos de Artes Cênicas da USP estão sem as aulas de interpretação, dramaturgia, direção, estética e teoria do teatro, cenografia, indumentária, maquiagem, técnica de dança, folclore, literatura dramática, psicologia do teatro e teatro de animação. Mas o problema não é novo. Desde que foi oficializado como departamento, em 86, há falta de professores. A solução paliativa foi abrir concurso para "professores contratados" por períodos definidos. Com a saída de mais professores, o departamento optou por chamar "professores conferencistas", usando a verba de manutenção da escola. "Hoje, professores estão com salários atrasados e não temos dinheiro nem para comprar papel higiênico e lâmpadas", afirmou Eduardo Coutinho, professor de mímica e coordenador da manifestação de anteontem. Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: Reitoria não se pronuncia sobre o caso Índice |
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