São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 1997
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Senadores pedem renúncia de Samper

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Três senadores do partido do governo, o Liberal, pediram a renúncia ou a instauração de um julgamento político contra o presidente Ernesto Samper. O pedido surpreendeu os analistas políticos.
Os parlamentares (Tito Rueda, Julio César Guerra e Juan Guillermo Angel) disseram que Samper perdeu o controle sobre a violência no país e não tem mais condições de governar.
O principal motivo das críticas é o assassinato do senador Jorge Cristo, provavelmente por guerrilheiros de esquerda, semana passada, no nordeste do país. O ataque dos senadores aconteceu em uma sessão na noite de anteontem.
Na tarde de ontem, Samper reagiu, dizendo que "o momento é de união, não de divisão".
Estado de emergência
Ele se recusou a decretar estado de emergência no país, apesar das pressões de parlamentares governistas e do pedido do ministro da Defesa, Gilberto Echeverri. Após uma reunião com membros do governo, o presidente se limitou a convocar o país a "se unir contra a violência".
Os congressistas exigem do governo medidas efetivas contra grupos guerrilheiros e paramilitares, que intensificaram suas ações às vésperas das eleições municipais, previstas para 26 de outubro.
Além do senador Cristo, foram mortos também, desde o último dia 20 de junho, um governador, dois prefeitos, cinco vereadores e mais de uma dezena de candidatos a prefeito e a vereador.
Sem prefeito
Cinco municípios, Barranco de Loba (norte), San Juan de Arama (leste), Gachalá (centro), Valparaíso e Solita (ambos no sul), não têm candidatos a prefeito. Todos os pretendentes aos cargos desistiram depois de ameaças de morte.
"Se o presidente não é capaz de administrar o país, senadores, mobilizemo-nos, porque não só vão nos matar, mas vão matar todos os cidadãos da Colômbia", disse o senador Rueda.
Após as críticas, o ministro da Defesa trouxe a público a hipótese de declarar um estado de emergência. Segundo a Constituição colombiana, a medida pode ser adotada quando houver "grave perturbação da ordem pública" ou quando a "estabilidade institucional" estiver ameaçada.
Além do próprio presidente, Echeverri e o ministro do Interior, Carlos Holmes Trujillo, são os principais alvos dos ataques do Legislativo. Os dois ministros foram convocados pelo Congresso para prestar esclarecimentos na próxima terça-feira sobre as medidas adotadas no combate à violência.

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