São Paulo, sábado, 16 de agosto de 1997
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Bovespa é arrastada e perde quase 5%

VANESSA ADACHI

VANESSA ADACHI; CLÁUDIA PIRES
DA REPORTAGEM LOCAL

No mês, desvalorização acumulada é de 11,9%; para Malan, a queda é 'natural'

A forte queda do mercado acionário de Nova York arrastou a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) para baixo ontem.
O principal índice da Bolsa paulista, o Ibovespa, fechou em baixa de 4,78%.
Com isso, a desvalorização acumulada pelo Ibovespa no mês de agosto já chega a 11,95%.
Em relação a 10 de julho, dia anterior à primeira forte baixa registrada pela Bolsa naquele mês, a queda acumulada é de 16,71%.
Segundo operadores ouvidos pela Folha, a Bolsa paulista já vinha enfraquecida, e bastou o "empurrão" de Nova York para que o clima piorasse. Nas últimas sessões, as duas Bolsas também andaram juntas.
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse que a queda da Bolsa é "natural". Ele desvinculou a desvalorização da divulgação na imprensa de previsões sobre o déficit em conta corrente.
Analistas notaram que a baixa no mercado brasileiro não foi tão acentuada quanto poderia ter sido. Isso porque, geralmente, a Bolsa brasileira é muito mais volátil que a norte-americana. Ou seja, seus movimentos para cima ou para baixo são mais bruscos.
Já havia a expectativa de que a Bolsa poderia oscilar fortemente ontem devido ao vencimento de opções, que acontece na próxima segunda-feira.
O próprio ministro Pedro Malan disse ser normal a instabilidade da Bolsa porque ontem era o último dia útil antes do vencimento das opções.
Na véspera do exercício de opções -que ocorre a cada dois meses- costuma haver uma disputa entre os "comprados", aqueles que ganham com a alta do mercado à vista, e os "vendidos", que levam vantagem se a Bolsa cair.
Cada um dos dois lados tenta puxar a Bolsa a seu favor. Os "comprados" em opções compram ações na Bolsa e os "vendidos" em opções vendem ações.
O volume negociado, embora superior ao dos últimos dias, foi considerado pequeno para uma véspera de exercício de opções, quando o giro é maior. Foram negociados R$ 844,29 milhões.
O período de instabilidade da Bovespa teve início em meados de julho. Após um primeiro semestre de valorização superior a 70%, no dia 11 de julho a Bovespa começou a tropeçar e caiu 3,34%.
No dia 15, em meio à crise cambial que afetou os países do Sudeste Asiático, a Bovespa recuou mais 3,5%. E no dia 16, registrou a maior baixa em um único dia desde a crise mexicana, 8,5%.

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