São Paulo, sábado, 16 de agosto de 1997
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A queda de Nelsinho

JUCA KFOURI

No entreposto de compra e venda que virou o armazém do Parque São Jorge, não surpreende a queda de seu gerente, cujos planos deslumbravam um hipermercado e não uma quitanda.
Diante do projeto de fazer do Corinthians um mero revelador de talentos para revendê-los em seguida, como informou à esta Folha o dirigente bancário da casa que se associou ao alvinegro, de fato, Nelsinho não tinha outra atitude. Irritado, sem dúvida Nelsinho extrapolou ao criticar Neto publicamente, embora estivesse com a razão ao não escalá-lo.
Além disso, é forçoso reconhecer que nem mesmo ao conquistar o título de campeão paulista o Corinthians agradou tecnicamente e que a implicância com Túlio foi má política.
Apesar disso, porém, Nelsinho sabe mais de futebol que a soma de todos os senhores responsáveis pela equipe, e a torcida deve a ele, no mínimo, um título brasileiro e um estadual, muito mais que deve aos seus ex-superiores. O Corinthians perdeu-se desde a saída dos quatro mosqueteiros do GAP e embora ainda tenha um elenco capaz até de reagir e ganhar o Vergonhão-97, nem por isso terá passado a ser aquilo que a grandeza do clube exige, ou seja, um exemplo para o país.
Mais que nunca, quase como sempre, o Corinthians é um gigante dirigido por anões, para dizer o mínimo.
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Independentemente de torcer para isso ou aquilo, a informação exata é a seguinte: a Casa Civil da Presidência da República não devolveu projeto algum ao Ministério dos Esportes para retoques, recuos ou o que quer que seja.
No Fla-Flu em que se transformou a questão, há políticos, até governistas, vazando notícias sem fundamento ou para aparentar saber mais do que sabem ou apenas para plantar dúvidas.
Em tempo: o grande aliado que o grupo de Havelange espera ter no Congresso é o ex-presidente José Sarney.
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Já não é pequeno o incômodo com a aparente independência de ação de Armando Marques na direção das arbitragens do Vergonhão-97. Aliás, é tão grande que houve quem tenha proposto a ele uma nova e bem remunerada missão: unificar os critérios de arbitragem no continente asiático.
Armando Marques recusou.
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A Casa Bandida quer virar Casa de Bingo...

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