São Paulo, sábado, 16 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Colóquio na USP homenageia Drummond

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Amanhã, completam-se dez anos da morte do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), um dos mais importantes escritores do Brasil, autor dos livros "Claro Enigma" e "A Rosa do Povo".
Para homenagear o escritor e lembrar a data, o recém-formado Núcleo de Literatura e Crítica Literária da USP preparou o colóquio "Drummond - Entre o Ser e as Coisas", reunindo importantes intelectuais brasileiros, entre os dias 18 e 22 de agosto.
Na abertura, a escritora Lygia Fagundes Telles, que foi amiga do poeta, dará seu depoimento. Lygia começou a se corresponder com Drummond quando ele já era reconhecido e ela, uma estudante de direito. "A obra de Drummond o tornou o mais importante poeta do século 20, estou convencida disso", afirmou a escritora à Folha (leia entrevista abaixo).
O evento conta ainda com a participação dos professores Bento Prado Jr., Alfredo Bosi, Augusto Massi, Antonio Carlos Secchin e Iumna Simon, entre outros.
A programação inclui debates, mesas-redondas, recital de poesia e exibição de curtas, sempre no auditório da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, na USP (leia no quadro abaixo).
Inspiração
"Nesse poema, Drummond dá a entender que, no final, resta apenas o contentamento de escrever. Com o evento, nós queremos mostrar que ficou muito mais da obra do poeta. O fato de o encontro acontecer na semana seguinte ao aniversário de sua morte acabou sendo menos determinante", disse o estudante José Luiz Herência de Castro, 22, do Núcleo de Literatura e Crítica Literária.
Ainda segundo ele, a semana Drummond é "uma tentativa de buscar compreender, como faz a verdadeira crítica, o modo como um escritor reage ao mundo por meio da literatura".
Paralelamente às palestras, acontece a exposição fotográfica "Retratos de Família", organizada pela estudante Lizandra Guedes, 20. A mostra reúne imagens da fotobiografia de Drummond, publicada em livro, e uma série de retratos acompanhados por poemas do autor.
São ao todo 11 poemas escolhidos, entre eles "O Enterrado Vivo", "O Mêdo" e "José", ilustrados por fotos do início do século, até a década de 30, de famílias no Brasil e em Portugal.
"Alguns poemas de Drummond tem um sentido fortíssimo sobre a importância dos antepassados, de seu significado na vida", afirma Lizandra Guedes.
A exposição trará ainda a reprodução do último texto escrito por Drummond e uma reunião de artigos de jornais escritos por e sobre o poeta, inclusive após sua morte.
O evento é aberto ao público e tem entrada gratuita a qualquer interessado.

Texto Anterior: Fantasmas: Zuzu Angel e a biblioteca
Próximo Texto: Confira a programação do evento
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.