São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 1997
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Produtores reduzem o plantio de feijão

DA REPORTAGEM LOCAL

Produtores reduziram 6,1% a área destinada ao plantio de feijão este ano, em comparação ao espaço ocupado na safra passada.
Levantamento feito pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) mostra que o feijão perdeu espaço principalmente na região Centro-Sul do país.
A safra 95/96, o feijão ocupou área de 5,252 milhões de ha e rendeu 2,993 milhões de t.
Segundo a Conab, na safra 96/97 a área plantada foi de 4,933 milhões de ha. Foram colhidos 2,963 milhões de t.
"Houve aumento de produtividade por causa do clima favorável este ano", diz Eledon Pereira de Oliveira, gerente da divisão de avaliação de safras da Conab.
"Por isso, a produção desta safra, apesar da área reduzida, não foi tão inferior à safra passada", afirma Oliveira.
O feijão é plantado no Brasil praticamente o ano todo. O plantio e a colheita do produto são divididos em três safras.
A das águas, com plantio entre agosto e novembro, é colhida entre novembro e fevereiro.
A safra da seca é plantada entre janeiro e março. Sua colheita ocorre entre março e junho.
Já a safra de inverno é plantada entre abril e junho. A colheita ocorre entre junho e setembro.
Um dos Estados que mais diminuiu o espaço destinado ao feijão este ano foi o Paraná. A Conab ainda não tem um levantamento para a próxima safra.
Tendência
"Este ano está havendo uma disputa por áreas. A previsão é de que o feijão recupere espaço", afirma Norberto Ortigara, diretor do Deral (Departamento de Economia Rural do Paraná).
Na safra passada, o Paraná destinou 505 mil ha para o feijão. Colheu 403 mil t.
Este ano, a área caiu para 467 mil ha, rendendo 376,4 mil t.
Ortigara diz que o Estado deverá ter uma área ocupada por feijão de 473 mil ha na safra 98.
A previsão do Deral é colher entre 420 mil t e 464 mil t.
"Qualquer variação de temperatura compromete a produtividade. O preço flutua conforme a oferta do produto no mercado. Caso os preços recuem, os produtores optam por outro produto, como a soja", afirma Ortigara.
"Só aumento a área se o preço subir", diz Antonio Barea, produtor de feijão na região de Três Barras (PR).
"O feijão está perdendo espaço no prato do consumidor brasileiro. O preço pago ao produtor este mês está entre 20% e 25% inferior ao recebido no mesmo período do ano passado", afirma Eduardo Ernesto Felippi, economista da área de feijão da Safras & Mercado.

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