São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 1997 |
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Sergipe suspende colheita de laranja
DA REPORTAGEM LOCAL Pelo menos 2.000 citricultores de Sergipe decidiram suspender a colheita e a entrega de laranja para as duas indústrias de processamento de suco no Estado por 15 dias.A suspensão começou a vigorar desde o último sábado, de acordo com Norival Almeida Camargo, presidente da Ascise (Associação dos Citricultores de Sergipe). Segundo a Ascise, a decisão, tomada em assembléia na semana passada, é uma forma de protesto contra as duas fábricas de suco, Coimbra Frutesp e Frutene, que, segundo os produtores, se recusam a negociar um preço melhor para a tonelada da laranja, que atualmente é de R$ 35. No começo deste ano, a mesma tonelada chegou a ser negociada com as indústrias por R$ 70. Os produtores também suspenderam a entrega da fruta para o mercado interno, diz o presidente da associação. O Estado de Sergipe possui uma área de 40 mil ha de laranja. Produz 20 milhões de caixas. Segundo a Ascise, o custo de produção por caixa é de R$ 1,63. Os produtores estão recebendo R$ 1,34 pela caixa da laranja colocada na porta da fábrica. Eles conseguem receber R$ 1,42 pela mesma caixa da fruta in natura no mercado consumidor sem os custos de colheita e de transporte, ainda de acordo com Almeida. Indústrias Waldir Schulz, administrador judicial da Frutene, diz que as indústrias tiveram duas fases de negociações com os produtores na tentativa de chegar a um acordo. "Tendo em vista o preço pago pelo suco no mercado externo, não temos como pagar mais que o preço praticado atualmente", afirma Schulz. "Entendemos claramente as reivindicações dos produtores, mas o mercado externo não tem sinalizado bons preços para o suco brasileiro", diz Schulz. Ele afirma que a indústria continuará tentando encontrar uma saída que satisfaça tanto a fábrica quanto os produtores. A Coimbra Frutesp não se pronunciou sobre o assunto. Hoje, os citricultores vão se reunir novamente para fazer uma avaliação do movimento. Eles vão discutir a possibilidade de realizar piquetes para impedir a entrada de laranja em fábricas e no mercado consumidor. "O boicote só será suspenso se as indústrias garantirem um preço de R$ 2,04 pela caixa da laranja ou R$ 50 pela tonelada da fruta", diz Camargo. O presidente da Ascise diz que, caso contrário, os citricultores vão continuar com a colheita e a entrega suspensas. Texto Anterior: Exportação de café rende 123% a mais Próximo Texto: Feira em Arujá (SP) apresenta 500 espécies de flores e plantas Índice |
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