São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 1997 |
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Justiça "devolve" bens de Andrade Vieira CARI RODRIGUES CARI RODRIGUES; WILSON SILVEIRA
WILSON SILVEIRA Coordenador de Edição da Sucursal de Brasília O juiz federal Mauro Leite Soares concedeu liminar (decisão provisória) que anula a indisponibilidade dos bens do senador José Eduardo de Andrade Vieira (PTB-PR), ex-proprietário do Bamerindus. Os bens dos ex-controladores e administradores do Bamerindus foram colocados em indisponibilidade em março pelo Banco Central, que vendeu o banco para o HSBC (The Hongkong and Shangai Banking Corporation). A indisponibilidade dos bens é determinada por lei. É uma forma de prevenção para garantir o pagamento de todos os credores da massa falida -a parte "podre" do banco-, que fica com o BC para liquidação. Andrade Vieira argumentou na ação que o Banco Central não tinha encontrado nenhuma irregularidade durante os meses que investigou as atividades do banco. Ele disse à Folha que alegou na Justiça o fato de o BC não ter encontrado nenhuma irregularidade no Bamerindus para solicitar o levantamento da indisponibilidade de seus bens pessoais. Ele afirmou que conseguiu retomar duas fazendas "pequenas", parte da "Folha de Londrina", no Paraná, e ações do Grupo Bamerindus -"que no dizer do Malan (ministro da Fazenda, Pedro Malan), não valiam nada. E hoje acho que ele tem razão". Segundo o senador, os bens recuperados significam pouca coisa, porque a maior parte já tinha sido transferida para o Bamerindus, no ano passado, para capitalizar o banco. Informado de que circulava no BC o boato de que pretendia vender seus bens, ele afirmou: "Os boatos são a especialidade do BC e foi assim que eles quebraram o Bamerindus". Os bens que tiveram a indisponibilidade derrubada não serão vendidos, disse Andrade Vieira. "E acho que se eu quisesse vender não encontraria comprador." Saque O BC confirmou que foi realizado um saque em um banco do Paraná, em valor ainda não conhecido. O dinheiro estava bloqueado devido à indisponibilidade dos bens de Andrade Vieira. A assessoria de imprensa do BC informou que o departamento jurídico do banco vai questionar hoje o banco paranaense por ter permitido o saque sem informar o BC. O BC vai recorrer da decisão do TRF. A Procuradoria Geral do BC avalia que a decisão da Justiça pode abrir um "precedente grave". Outros controladores e administradores podem solicitar o mesmo pedido. Texto Anterior: CEF oferece R$ 80 milhões para financiar casa própria no Rio Próximo Texto: Banco Central decidirá amanhã sobre a trajetória dos juros Índice |
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