São Paulo, sábado, 23 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

25% dos alunos de medicina já experimentaram maconha

Pesquisa revela aumento do consumo de tranquilizantes

DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisa realizada em 1995 entre alunos de nove escolas de medicina do Estado de São Paulo mostra que 25% deles já experimentaram maconha.
Ao todo, foram ouvidos 3.725 estudantes (72%), de um total de 5.225 matriculados.
Além de maconha, 4,71% dos entrevistados afirmaram já ter experimentado cocaína.
Cerca de 16% dos estudantes disseram ter fumado maconha durante o ano anterior à pesquisa. Afirmaram ter usado cocaína no último ano, 2,8% dos universitários.
A pesquisa foi coordenada pelo Grea (Grupo de Estudos Sobre Alcoolismo e Drogas), ligado ao Instituto de Psiquiatria de Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
A pesquisa também demonstrou o aumento do consumo de tranquilizantes no decorrer do curso.
Apenas 9% dos alunos de primeiro ano afirmaram ter experimentado tranquilizantes.
O consumo aumenta para 20%, entre os alunos do sexto ano de medicina.
Estresse
Por isso, é maior a partir do terceiro ano, quando o estudante começa a frequentar o hospital, e a partir do quinto, quando tem regime de internato, com plantões.
Segundo Magalhães, o aumento do consumo dessas substâncias é maior entre as mulheres.
Já para as demais drogas e para o álcool e tabaco, o consumo é maior entre homens.
Para a médica, esse consumo de solventes está ligado a atividades culturais, como viagens em jogos universitários e festas.
A pesquisa também relaciona os principais fatores de risco para o aluno se tornar usuário de álcool, cigarro e drogas.
Entre eles estão o fato de ser homem, morar sozinho, ter todo o tempo livre nos finais de semana, considerar o próprio desempenho escolar fraco e aprovar o uso regular das substâncias.
Para o professor Arthur Guerra de Andrade, coordenador do Grea, o fato de um aluno de medicina beber ou usar drogas com frequência pode prejudicar suas atividades profissionais.
Andrade exemplifica com o uso de álcool. "Não é impeditivo ao médico beber. Mas quando ele começa a beber muito, o referencial passa a ser ele mesmo".
Segundo Guerra, o principal objetivo da pesquisa é orientar programas de prevenção do uso de drogas entre os estudantes.

Texto Anterior: Favela será imunizada
Próximo Texto: Levantamento consultou 72% dos alunos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.