São Paulo, sábado, 23 de agosto de 1997 |
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SC se prepara para chegada do El Niño
FÁBIO ZANINI
Segundo o governo do Estado, 90% dos 293 municípios não possuem sequer comissões de Defesa Civil, apesar de as enchentes ocorrerem, em maior ou menor grau, todos os anos. A defasagem na estrutura e a falta de prevenção à ocorrência de cheias estão tendo de ser superadas agora, às pressas, pois as previsões meteorológicas são pessimistas. O tenente Márcio Luiz Alves, da Diretoria Estadual da Defesa Civil, disse que a meta do Estado é formar comissões permanentes em metade das cidades do Estado até meados de outubro. Medidas simples, como contenção de encostas, definição de abrigos municipais e desobstrução de bueiros só agora estão sendo encaminhadas. Um dos poucos municípios catarinenses com boa preparação contra as chuvas é Blumenau, localizada no vale do Itajaí (norte do Estado), região onde as cheias são mais frequentes. Além de uma comissão permanente, a cidade possui 35 núcleos comunitários de prevenção a cheias, abrigos municipais e está construindo diques de contenção das águas do rio Itajaí Açu. Fenômeno O fenômeno climático conhecido como "El Niño" costuma ocorrer a cada quatro ou cinco anos e está sendo verificado pelos meteorologistas desde o início de 1997. Trata-se do aquecimento das águas do oceano Pacífico próximo à costa do Peru (região noroeste da América do Sul), que aumenta a evaporação e faz com que a atmosfera fique carregada de umidade. Correntes de ventos deslocam camadas de nuvens para a região centro-sul do Brasil, aumentando, dessa forma, a incidência de chuvas, principalmente no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Essa situação ocorre geralmente entre outubro e dezembro. As nuvens, ao mesmo tempo, formam uma "barreira", que dificulta a chegada de umidade ao Nordeste do Brasil, onde podem ocorrer secas nesta mesma época. Uma das maiores enchentes da história de Santa Catarina ocorreu em 1983 e atingiu principalmente as cidades cortadas pelo rio Itajaí Açu (região norte do Estado), que subiu repentinamente. A cheia deixou 140 mortos e mais de 400 mil desabrigados. Somente em Blumenau, uma das maiores cidades da região, 38 mil casas foram destruídas. Texto Anterior: DAC descredencia checadores que não viram exame vencido Próximo Texto: Skol patrocinará vinda do grupo U2 Índice |
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