São Paulo, sábado, 23 de agosto de 1997 |
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O ARCO-ÍRIS BRANCO DE GOETHE
HAROLDO DE CAMPOS "Em 25 de julho de 1814, o velho Goethe (em um mês e poucos dias, agosto, 28, completaria 65 anos) decide-se a revisitar sua cidade natal, Frankfurt, com destino a Wiesbaden, para uma estação de repouso, a conselho médico. Assim que ele empreende a viagem de Weimar, por Erfurt, à querida região renana que o viu nascer, ele entrevê, nas brumas da manhã, um arco-íris branco. Henri Lichtenberger, que descreve o episódio no prefácio à edição Aubier, bilíngue, do 'Divã Ocidental-Oriental', comenta que, à visão desse raro fenômeno meteorológico (um arco-íris sem raios coloridos), o poeta-naturalista se sentiu rejuvenescer, interpretando-o como presságio de 'uma nova puberdade."(...) "Lichtenberger reproduz as palavras de Goethe (nas quais não posso deixar de reconhecer, na decifração do enigma natural, da 'signatura rerum', o selo fáustico, a sede revivescida de vida): "O arco é branco, sem dúvida, mas é, no entanto, um arco celeste. Se teus cabelos são brancos, não obstante, tu amarás."Trecho inicial de "O Arco-Íris Branco de Goethe", primeiro ensaio do livro "O Arco-Íris Branco", de Haroldo de Campos. Texto Anterior: O arco-iris branco de Haroldo Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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