São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997
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Corrente ataca Lula e Genro

DA REPORTAGEM LOCAL

Alvo de uma tentativa maldisfarçada do grupo de Luiz Inácio Lula da Silva para excluí-la do partido, a tendência trotskista "O Trabalho" mantém a tradição e apresenta a tese mais radical entre as que serão discutidas e votadas na convenção da legenda.
Lula e Tarso Genro são atacados pelo grupo, embora sem citação dos nomes, já no início do seu texto, com uma crítica às conclusões da reunião ocorrida em maio, no Chile, entre personalidades de esquerda e centro-esquerda.
No entender da corrente, o encontro, que teve Lula e Genro como participantes, "admite, entre outras coisas, as privatizações como meio de 'sanear' as finanças públicas".
Na sequência, o pequeno -mas barulhento- grupo afirma que "FHC apóia-se nas instituições podres (Congresso, Judiciário...) para destruir a nação". A solução radical é propor que o PT participe da convocação de uma "Assembléia Popular Nacional" para derrubar o governo FHC.
Os disparos trostkistas atingem também o chamado "modo petista de governar", apresentado pela atual direção partidária como prova de competência da agremiação para administrar.
Programas como bolsa-escola e renda mínima, adotados por algumas gestões do PT, são definidos pelo grupo "O Trabalho" como "a institucionalização da miséria e a tentativa de cooptar as organizações operárias para as políticas de ajuste".
Não por acaso, a corrente é a vítima potencial de uma outra tese, inscrita para a convenção por seguidores de Lula e Dirceu.
O documento quer que o PT proíba, entre outras coisas, a permanência no partido de grupos com "vinculação internacional", como é o caso de "O Trabalho".
Não se pense, porém, que o petismo é consensual na falta de humor e na adoção de conhecidos e antigos jargões de esquerda.
Uma tese assinada por militantes mineiros tem o título "Ah essa terra inda vai cumprir seu ideal. Vai tornar-se um imenso Paraguai..."

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