São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997
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Partes do corpo mudam de nome na 5ª

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais de uma centena de estruturas, sistemas, órgãos e tecidos do corpo humano vão estar mudando de nome ao longo desta semana. O cotovelo vai virar cúbito, a amígdala será tonsila, a barriga da perna passará a ser panturrilha.
Vinte especialistas de 17 países se reúnem a partir desta segunda-feira, em São Paulo, para fazer as últimas revisões e dar os retoques finais na que será a nova Terminologia Anatômica.
O batismo oficial e mundial acontecerá na quinta-feira, dia 28. Por sediar o encontro final da comissão, São Paulo terá o privilégio de dar seu nome à "criança": a nova nomenclatura deverá ser conhecida como a Terminologia Anatômica de São Paulo, assim como aconteceu com a de Leipzig, em 1887, a de Birmingham, em 1953, e a de Paris, em 1955.
A escolha do Brasil foi uma homenagem ao secretário-geral da comissão, o brasileiro Liberato Di Dio, 77, considerado um dos maiores anatomistas do mundo.
A nova Terminologia Anatômica é resultado de oito anos de trabalho e uma dezena de reuniões em vários países. A comissão de especialistas foi indicada pela Federação Internacional de Associações de Anatomistas.
Foram analisados cerca de 6 mil termos que indicam as estruturas, órgãos e tecidos do corpo humano. Cerca de mil foram acrescentados ou alterados.
Para o professor Di Dio, a participação de representantes das principais associações de anatomistas do mundo garante uma adesão geral à nomenclatura. "Chegamos à era da globalização anatômica", diz Di Dio.
Terminada a tarefa dos anatomistas e feito o batismo oficial, caberá aos clínicos, cirurgiões e outros profissionais de saúde adotar os nomes corretos.
As mudanças devem ocorrer desde as salas de aula até os livros escolares e revistas médicas.
Segundo José Carlos Prates, professor de anatomia da Universidade Federal de São Paulo e representante do Brasil no comitê, as alterações e a padronização visam facilitar o estudo e o trabalho dos profissionais.
Por isso, os nomes adotados devem ter um valor informativo ou descritivo.

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