São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997
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Ford vai descredenciar 70 concessionárias

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Ford pretende descredenciar nos próximos meses cerca de 70 revendedores da marca.
As concessionárias que devem ser excluídas da rede estão atualmente inativas.
Elas não podem mais comprar veículos e peças de reposição da fábrica porque não liquidaram débitos anteriores com a montadora.
Algumas das revendas inadimplentes da Ford estão inativas desde junho de 95.
As concessionárias inadimplentes da Ford representam cerca de 17% de uma rede de 410 pontos-de-venda e assistência técnica em todo o país.
"Quem ainda não fechou as portas, trabalha em condições precárias. Atualmente a Ford conta com uma rede efetiva de apenas 340 revendas", diz José Ramos de Oliveira, gerente-geral de vendas da montadora.
Ele calcula que as revendas inadimplentes deixaram de pagar cerca de 3.000 carros à Ford.
Quem ainda não fechou, precisa comprar veículos de uma outra distribuidora Ford para depois revender para o cliente.
Menos oito
Ramos conta que oito concessionárias já foram descredenciadas desde o final do ano passado. Mas não há prazo para o descredenciamento (cancelamento dos contratos de concessão comercial) de todas as revendas endividadas.
"É um processo jurídico, não depende somente da vontade da Ford", diz Ramos.
Ele diz que a montadora procurou "esgotar todas as possibilidades de negociação" antes de iniciar os processos de descredenciamento. A maioria das revendas inativas não tem "saúde financeira" para manter o negócio, afirma.
Segundo Ramos, as concessionárias em atividade são responsáveis por 95% das vendas da marca.
As revendas inativas são de pequeno e médio porte. Comercializam no máximo 80 carros por mês.
Substituição
A Ford pretende nomear outras concessionárias para substituir as descredenciadas.
A fábrica dará preferência a empresários que já são donos de revendas da marca.
Apesar do aumento de vendas de veículos da montadora -crescimento de 65% no primeiro semestre de 97 em relação ao mesmo período do ano passado-, a rede não voltará a ter 410 distribuidores como atualmente.
"Nossa meta é ter entre 380 e 400 concessionárias em todo o país", conta Ramos.
Para abrir uma concessionária de porte médio atualmente, Ramos calcula que é necessário um investimento inicial de R$ 3 milhões para aquisição de terreno, construção do prédio da revenda, compra de ferramental e capital de giro.

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