São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997
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Cuba exporta para a França seu primeiro jogador profissional

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cuba já tem o seu primeiro jogador profissional de futebol.
Ele é o atacante Lazaro Darcourt, que assinou com o Olympique de Marselha, uma das principais equipes da França.
Em Cuba, de acordo com a ideologia comunista, todos os esportes são oficialmente amadores.
"Quando disseram que o Olympique tinha se interessado por mim, fiquei contente e nervoso por saber que seria o primeiro cubano a jogar como profissional."
Uma das razões do entusiasmo do jogador é de ordem econômica.
O futebol está muito longe de ser o esporte mais popular de Cuba ou um daqueles que recebem apoio do governo de Fidel Castro.
Desde a revolução de 1959, o país jamais participou de uma fase final de Copa do Mundo.
Por isso, quase todos os jogadores têm um emprego à parte e treinam apenas nos horários de folga.
Mesmo Darcourt, que atua pela seleção desde os 18 anos e já fez mais de 70 partidas com a camisa da equipe nacional, não recebe nada para entrar em campo.
O jogador, de 1,71 m e 67 kg, previu uma grande mudança de padrão de vida. "Todos os esportistas cubanos vivem muito modestamente. Mas não posso me deixar levar pelas mudanças, pois se não treinar duro e não mostrar resultados não vou me impor."
Vivendo num país semi-isolado da comunidade internacional, Darcourt mostrou desconhecer o que vai encontrar.
"O estilo francês é parecido com o italiano. Mas só vi partidas de lá pela televisão. O único jogador que está na Europa que conheço é o (panamenho) Dely Valdez."
O treinador de Darcourt, William Benet, disse acreditar que seu pupilo pode enfrentar problemas de adaptação. "Ele não sabe nada de treinar numa equipe profissional, se bem que esteja acostumado a treinar duro."

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