São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997
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'Boleiras' querem resultados na quadra

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A equipe feminina do MRV-Suggar incorporou o futebol para melhorar seu desempenho nas quadras. De vôlei.
Representante do Minas Tênis Clube, de Minas Gerais, a equipe, que participa do Campeonato Paulista a convite, estréia hoje no playoff semifinal -melhor de três partidas- contra o Dayvit.
Todos os dias, antes do treino técnico, as atletas disputam uma "pelada" de 30 minutos, em quadra de cimento. Utilizam as demarcações e quase sempre as traves do futsal. A escalação é mantida para "acirrar a rivalidade".
"O futebol é muito bom para a coordenação motora. Elas perdem o medo, ficam mais soltas e ganham em resistência física", diz o técnico Chico dos Santos.
Adepto de métodos inusuais (leia texto ao lado), o treinador introduziu o futebol desde que assumiu o time, quatro meses atrás.
"Elas assimilaram bem. Claro que pode acontecer de uma jogadora se machucar numa dividida ou outro lance. Vale o risco. Hoje, se não faço o jogo, elas reclamam."
Exceto pela coleção de pequenas torções e escoriações, nenhuma jogadora desfalcou a equipe por contusão fruto do futebol.
"A gente consegue fazer um aquecimento bem feito e melhora o astral do grupo", diz a atacante Tatiana Minello, 26, que nas partidas de futebol atua na defesa. Com 1,68 m, ela é considerada a mais habilidosa entre as "boleiras".
Tatiana atribui o desempenho à prática adquirida no tempo em que jogava bola com seus irmãos em Porto Alegre (RS) pouco antes de ir para a Itália, onde disputou seis temporadas.
"Todo mundo leva a sério", afirma a atacante Edna, 32, que prefere atuar como goleira.
Com adeptas cativas, o futebol não conseguiu ser unanimidade.
Apesar de participar dos jogos, a atacante Hilma, 24, da seleção brasileira, prefere manter-se à distância, quando possível.
"'Quê? Futebol não é muito comigo. Eu não jogo bem. Deixo para as meninas que sabem."
Depois de manter-se invicto por sete partidas no início do torneio, o MRV-Suggar perdeu as atacantes Leila, operada no ombro, Rosângela, no joelho, e Tina, com uma lesão no tornozelo. Acabou em quarto lugar na fase classificatória, atrás de Leites Nestlé, Mappin-Pinheiros e Uniban.
"Claro que a gente não vai ser campeão por causa do futebol. Mas se tivemos bons resultados até aqui é porque algo de positivo deve ter", diz Chico dos Santos.

Dauyvit x MRV-Suggar, Record, ao vivo, às 14h

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