São Paulo, domingo, 24 de agosto de 1997
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Atentado a bomba mata 2 em Beirute

Israel ataca sul do Líbano

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma bomba explodiu ontem em Beirute, a capital do Líbano, matando um líder do grupo muçulmano xiita Amal e o motorista de um ministro libanês pró-Síria.
O Amal acusou Israel de ter organizado o atentado. Liderado pelo presidente do Parlamento, Nabih Berri, o grupo é a maior organização xiita moderada do país e mantém um braço armado no sul do país, que esporadicamente ataca as forças de ocupação de Israel.
O explosivo estava no porta-malas do carro de Khalil al Mussaui, uma autoridade militar do Amal, e foi detonado quando ele abriu uma das portas.
O motorista Abdel Reda Barakat estava junto e também morreu. Ele trabalhava para o Amal e para o ministro de Assuntos Sociais Aiub Hmaied, um dos principais líderes políticos do Amal.
O atentado de ontem é o primeiro do tipo a acontecer em Beirute desde 1994 e lembra ações que eram frequentes durante a guerra civil no país (1975-1990).
Sul
Israel e a guerrilha islâmica Hibzollah voltaram a se enfrentar ontem no sul do Líbano.
O Exército do Sul do Líbano, aliado de Israel, disse que três guerrilheiros foram mortos, e o grupo disse ter abatido cinco soldados israelenses. Nenhuma das duas informações pôde ser confirmada de maneira independente.
Aparentemente, o confronto começou por causa de uma ofensiva do Hizbollah com granadas e metralhadoras contra as tropas de Israel que ocupam uma faixa de 15 km no sul libanês desde 1982.
Em retaliação, Israel lançou a ação aérea. Segundo a agência "Reuter", aviões fizeram três missões de bombardeio sobre posições supostamente pertencentes ao Hizbollah (Partido de Deus).
Porta-vozes militares confirmaram uma ação em Iater, a leste da cidade portuária de Tiro, que fica 76 km ao sul de Beirute. As outras teriam ocorrido na vizinha Zibqin.
Neste ano, Israel já realizou 57 ataques aéreos no Líbano. A semana passada registrou os mais duros combates desde abril do ano passado, quando um cessar-fogo encerrou uma blitz israelense de 17 dias. Morreram 11 civis libaneses e um miliciano pró-Israel.
Tensão na Cisjordânia
A situação também esteve tensa ontem entre Israel e palestinos. Na cidade de Belém (Cisjordânia), que é administrada pela Autoridade Nacional Palestina, jovens atacaram tropas de Israel com paus, pedras e garrafas.
Eles protestavam contra o bloqueio imposto pelo governo israelense após o atentado contra o mercado Mahane Yehuda, em Jerusalém, que deixou 16 mortos.
Em Ramallah, o líder palestino Iasser Arafat rechaçou as críticas de Israel e dos EUA por sua reunião, semana passada, com grupos extremistas, como o Hamas. "Sabemos como lidar com a nossa unidade entre todos os grupos e partidos. É política interna."

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