São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997 |
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Presos fazem greve de fome no Carandiru
DA REPORTAGEM LOCAL Um grupo de presos da Penitenciária do Estado, no Complexo Penitenciário do Carandiru (zona norte de São Paulo), entrou em greve de fome ontem em protesto contra a morosidade da concessão de benefícios pela Justiça.Eles alegam que o Poder Judiciário foi rápido para manter João Acácio Pereira da Costa, o "Bandido da Luz Vermelha", mas é lento para atendê-los. Durante a manhã, a Secretaria da Administração Penitenciária informou que estariam participando do protesto 1.000 dos 2.150 detentos da penitenciária. No final da tarde, a secretaria anunciou que a greve de fome estava restrita a um grupo de 20 presos. Os detentos fizeram uma carta em solidariedade ao "Bandido da Luz Vermelha" e a entregaram para a direção do presídio. Também exigiram a presença do juiz-corregedor dos presídios. No final da tarde, todos retornaram às celas. Hoje, o juiz-corregedor deverá visitar a penitenciária, a segunda maior do Estado de São Paulo. Costa, o Luz Vermelha, estava na Penitenciária do Estado até o último sábado, quando foi transferido para centro de Readaptação Penitenciária, em Taubaté (SP). Ele deveria ter sido libertado naquele dia após ter cumprido pena de 30 anos -segundo a lei brasileira, ninguém pode ficar preso por mais de 30 anos consecutivos-, mas o Ministério Público entrou com um recurso para transformar sua condenação em internação compulsória em manicômio judiciário. A promotoria alega que Costa ainda é perigoso e que ele precisa de tratamento psiquiátrico. Ela obteve uma liminar que suspendeu o alvará de soltura de Costa. Protesto O protesto começou às 8h30, após os presos tomarem o café da manhã e saírem para o pátio do pavilhão 2 da penitenciária. Às 9h, o 1º Batalhão de Guardas da PM recebeu um pedido da direção de penitenciária para que a tropa da muralha fosse reforçada. A direção da penitenciária negociou com os presos -pelo menos 20 se recusaram a almoçar. Não havia informações se esse grupo de presos manteve a greve de fome. Alvarás Para conceder o alvará de soltura para presos que já deveriam estar soltos, a Procuradoria do Estado de São Paulo fez um mutirão nos dias 15 e 18 deste mês nas delegacias de São Paulo e, no último dia 22, em cerca de 300 cadeias públicas do interior. O objetivo do mutirão era verificar e regularizar a situação dos presos. Texto Anterior: 'Projeto é demagógico' Próximo Texto: Defesa vai ao STF para soltar Luz Vermelha Índice |
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