São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997 |
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Gases ameaçam serra do Mar, diz estudo Cubatão pode ter deslizamentos FAUSTO SIQUEIRA
A conclusão é de uma pesquisa de seis anos de duração, realizada por meio de um compromisso de cooperação técnica entre a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e cinco universidades alemãs, cujo resultado foi apresentado ontem. Segundo o coordenador brasileiro da pesquisa, Hamilton Targa, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, há em Cubatão uma nuvem de poluentes situada entre 200 e 400 metros de altitude. A concentração de poluentes na nuvem é de cinco a seis vezes superior à concentração na superfície. O efeito direto é a morte da vegetação original da serra do Mar, que perdeu 60% a 70% de suas plantas. Entre os poluentes, há ozônio, dióxido de enxofre e óxido de nitrogênio, expelidos pelas indústrias. "Os gases vão para a atmosfera, reagem com água e, com a chuva, deposita-se no solo." A pesquisa indicou elevado grau de acidez em camadas profundas do solo na região. O ácido é absorvido pelas raízes e mata as plantas. "A passagem da água fica mais rápida, o que causa deslizamentos." O coordenador afirmou que também foi observado maior grau de acidez na água dos rios. Targa defende um sistema de controle mais rigoroso da poluição. Segundo ele, mesmo com a suspensão do lançamento de poluentes, o solo levaria de 10 a 20 anos para se recuperar. O secretário estadual do Meio Ambiente Fábio Feldmann disse que o resultado do estudo prova o impacto da poluição em Cubatão. Para Ademar Salgosa Júnior, diretor-adjunto do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em Cubatão, é difícil avaliar a extensão do dano. Segundo ele, as indústrias investiram US$ 750 milhões em controle da poluição. Texto Anterior: Saiba quem é Eunice Durham Próximo Texto: Calor e falta de chuva castigam Brasília Índice |
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