São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997
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Mercado de dólar continua pressionado

VANESSA ADACHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Novas pressões sobre o câmbio à vista obrigaram o Banco Central (BC) a realizar o segundo leilão de venda de dólares consecutivo, após quase três meses sem utilizar esse mecanismo.
Na sexta-feira, o dólar à vista havia batido no teto da minibanda -R$ 1,0925- e o BC vendeu dólares. Ontem, o mercado até abriu mais calmo, próximo a R$ 1,0915, mas no final do dia voltou a atingir o teto.
O clima de nervosismo do dólar "pronto" foi um fato isolado. A Bolsa de Valores subiu, enquanto o dólar no futuro caiu. Os juros ficaram estáveis.
As versões a respeito da pressão sobre o câmbio variam. Alguns analistas falam em receio de alterações na política cambial.
Outros avaliam que muitos bancos acreditaram que a entrada de dólares continuaria forte durante o mês todo e venderam demais para o BC.
Como a expectativa não se confirmou, estaria havendo uma escassez momentânea.
Para uma terceira corrente, existe especulação de meia dúzia de grandes bancos, sem muito fundamento.
Eles estariam puxando o dólar para cima por acreditarem que haverá uma puxada no final do mês, por conta do vencimento de alguns eurobônus e também porque até agora o BC ajustou o câmbio em apenas 0,45% em agosto.
Nos últimos meses, o ajuste tem ficado próximo a 0,60%.
A notícia de que os R$ 2 bilhões em NBC-E (títulos atrelados à variação cambial) que o BC emitirá ficarão na sua própria carteira também causou certo desconforto. Havia expectativa de um leilão imediato.
Caso haja esse leilão -e o recado do BC é que haverá, se necessário- o mercado acredita em um aperto da liquidez, com consequente alta do juro de curto prazo.
Bolsa
A Bovespa mostrou surpreendente vigor ontem. Enquanto a Bolsa de Nova York caía, o Ibovespa fechava em alta de 2,36%.
A valorização foi puxada pelas ações preferenciais da Telebrás, que subiram 3,27%. Telebrás ON também subiu bem: 2,35%.
O volume de negócios foi muito pequeno, indicando que os investidores ainda estão "desconfiados" em função das desvalorizações recentes.

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