São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997
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Ex-interventor diz que Encol se utilizava de caixa-dois

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-interventor da Encol, Jorge Washington de Queiroz, confirmou ontem, em depoimento à Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, a existência de caixa-dois na empresa. Também afirmou que suspeita de desvio de dinheiro.
Essas informações constavam de relatório parcial da auditoria feita pela Deloitte Touche Tohmatsu, publicado pela Folha na quinta-feira passada.
Queiroz contou que a construtora tem falhas na contabilidade. Muitas operações de compra e venda de imóveis não têm comprovação.
No seu depoimento, Queiroz relatou aos promotores Trajano Sousa de Melo e Guilherme Fernandes Neto o acordo que estava sendo negociado com os 38 bancos credores para salvar os empreendimentos inacabados.
Queiroz disse que a demora na tomada de decisões inviabilizou a concretização do acordo. Os bancos, disse, duvidaram da recuperação dos créditos por causa da confusa contabilidade apontada pela auditoria.
Queiroz foi a primeira testemunha a depor no inquérito civil instaurado pela promotoria, no dia 15. Já foi solicitada a apresentação de documentos contábeis e atas das assembléias dos conselhos fiscal e de administração.
Os promotores querem saber onde foi aplicado o dinheiro pago pelos mutuários. "Tudo o que for apurado será encaminhado ao promotor criminal ou cível", disse Trajano de Melo.
Ainda não foi estabelecida a agenda de depoimentos, mas os promotores disseram que o proprietário da Encol, Pedro Paulo de Sousa, deverá ser convocado.

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