São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

'Prazer adversário' preocupa Kuerten

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DE NOVA YORK

Mais do que as qualidades de Geoff Grant, 27, como tenista, o que inquieta Gustavo Kuerten, 20, em sua estréia no Aberto dos EUA é o relaxamento do adversário.
Após ter dado sua carreira como encerrada, o norte-americano, que ontem chegou a 139º no ranking, voltou atrás e decidiu retornar as quadras. "Agora, jogo por prazer, por amor ao esporte. Sem pressão, obrigação, nada do gênero", disse Grant à Folha.
"Ele ficou dez meses afastado do circuito, mas voltou bem", disse Kuerten. "Sei que a obrigação de vencer está do meu lado, afinal entro como cabeça-de-chave, mas tenho de aprender a lidar com isto."
Para o brasileiro, jogar sem pressão seria melhor. "Foi assim em Roland Garros", disse ele. "Mas nem tudo é como a gente quer."
Sabendo que uma das armas de Grant é devolver bem o saque, Kuerten passou a manhã toda de ontem sacando forte, a pedidos do técnico Larri Passos. Também treinou com o suíço Marc Rosset.
Fernando Meligeni, que também passou o dia em Flushing Meadows, estréia contra o venezuelano Jimy Szymanski.
As duas partidas estão programadas para hoje. Kuerten faz o terceiro jogo da rodada que começa às 12h (horário de Brasília). O jogo de Meligeni não foi confirmado até o fechamento desta edição.
O tenista confirmou ontem que assinará em setembro contrato de patrocínio com a Renault.
Boas novas
Duas notícias alegraram o dia de Kuerten. A primeira, o fato de ter se mantido na nona posição do ranking. A segunda, não ter sentido mais dores no ombro direito.
"Eu achava que podia cair para décimo. Esse negócio de ranking muda toda a semana, o importante é continuar jogando bem."
Quanto às dores no ombro, Kuerten estava aliviado. "Depois de tanta massagem, melhorei."
Para se concentrar para a estréia, ele decidiu não ir à festa de abertura do estádio Arthur Ashe, ontem à noite e foi descansar no hotel.
Equipe da Davis
Os quatro jogadores que defenderão o Brasil contra a Nova Zelândia, em setembro, serão anunciados hoje por Paulo Cleto.
Capitão da equipe na Davis, ele teve ontem uma rápida reunião com Kuerten, Meligeni e Oncins, três dos quatro jogadores escalados para o confronto, em 19, 20 e 21 de setembro, em Florianópolis.
A pauta do encontro foi a dívida da Confederação Brasileira de Tênis com os atletas, que enfrentaram os Estados Unidos no início do ano, mas não tinham recebido o pagamento como prometido.
"Não use a palavra dívida, use compromisso", disse Cleto. "O compromisso para com a equipe será saldado hoje (ontem) e, resolvido o problema, anuncio o time."
O mineiro André Sá, 20, tem esperanças de ser o quarto nome.
Sá, que foi confundido com Pete Sampras e quase deu autógrafos no lugar do norte-americano, joga duplas no Aberto dos EUA, com o mexicano Oscar Ortiz. Na estréia, eles pegam o russo Yevgeny Kafelnikov e o checo Daniel Vacek.

Texto Anterior: WNBA se prepara para o mata-mata
Próximo Texto: Hingis, favorita, faz estréia contra tenista grávida
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.